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Sojicultores brasileiros na Bolívia temem pelo futuro diante de crise

Promessa de reforma agrária assusta produtoresQuando se fala em Bolívia, logo vem à mente cadeias de montanhas cobertas de neve. Sim, isso existe também, mas todo o lado leste do país é composto por duas paisagens completamente diversas. São a floresta amazônica e as planícies formadas por cerrados ou alagadiços da região do Pantanal.

É no cerrado boliviano que se concentram as plantações de soja, uma das forças propulsoras da economia do país. E adivinhe quem são os maiores plantadores? Brasileiros. Só no departamento de Santa Cruz, são 500 brasileiros com grandes áreas plantadas, sem contar outros proprietários em Beni e Pando.

Esses brasileiros têm perdido o sono em razão da crise institucional que levou a Bolívia à beira da guerra civil, nas últimas três semanas. Temem que o Movimiento de los Trabajadores Indígenas Sin Tierra (MST, copiado do brasileiro) promova uma onda de invasões de propriedades, em meio ao caos do país. Para se ter uma idéia da influência dos agricultores brasileiros na Bolívia, o vice-presidente da Associação Nacional dos Produtores de Soja boliviana é o paranaense Nilson Medina, nascido em Londrina, e que há 17 anos mora em Santa Cruz de La Sierra. Com milhares de hectares plantados na fronteira com o Brasil, ele diz que migrou em busca de terra barata e menos impostos. Agora acha que tudo está em risco, porque o presidente boliviano, Evo Morales, pretende aprovar um referendo que determina a reforma agrária em áreas com mais de 5 mil hectares, independentemente da sua produtividade agrícola.

? Parece muita terra, mas todos nós trabalhamos muito a terra, e ela não é improdutiva. Mas vai explicar isso em meio a esse caos. Ninguém fala em se mudar, mas a situação é gravíssima ? comenta Medina, que também é vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Bolívia.

Um dos bolivianos que mais entendem as cíclicas crises em seu país, o mestre em Assuntos Internacionais Alfonzo Román Hurtado, concorda que os brasileiros da Bolívia estão sob crescente ameaça. Ele explica que, por ano, 100 mil camponeses da região andina migram para a região fronteiriça com o Brasil, em busca de áreas mais férteis e emprego.

? O projeto de Evo Morales é assentar esse pessoal de qualquer jeito, e por isso é por eles apoiado. É justo do ponto de vista social, mas será um desastre econômico, já que eles não estão acostumados com a economia de escala capitalista que vigora nesta região ? diz Hurtado (Humberto Trezzi).

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