Cidade recebe nesta quarta, dia 24, a abertura oficial do plantio e os produtores esperam que o clima ajude mais do que em 2013/2014
Marcelo Lara | Dourados (MS)
No município de Dourados, em Mato Grosso do Sul, o clima vem ajudando os produtores a acelerarem o plantio da nova safra de soja. Os agricultores estão na expectativa de um ano de eleições presidenciais, e um mercado futuro nada animador, mas não perde o otimismo.
Segunda cidade mais populosa de Mato Grosso do Sul, Dourados só perde para a capital do Estado, Campo Grande. O município com mais de 210 mil habitantes faz questão de lembrar os pioneiros em todos os detalhes dos monumentos, que chamam a atenção dos visitantes. No campo, a cada safra os números revelam a vocação dos produtores. Para 2014/2015, a previsão é de 160 mil hectares de soja, cerca de 10 mil hectares do que na última safra.
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– Começou bem, já tivemos chuva essa semana, o plantio já começou muito forte. Certamente nós vamos ter, nos próximos dias, todas as áreas sendo trabalhadas e cultivadas para terminar este plantio o mais rápido possível – comenta o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli.
Dourados é o quarto maior produtor de soja de Mato Grosso do Sul, e o terceiro em milho. Acelerar o plantio de soja logo após a primeira chuva é fator determinante para garantir duas safras para os agricultores da região. Já tem propriedades com resteva de milho dessecada, agora só falta o maquinário entrar em ação. O clima preocupa os produtores, que enfrentaram um veranico localizado em parte das propriedades na safra 2013/2014.
– Nós tivemos uma chuva bem abaixo da média para estes períodos aqui na nossa fazenda. Tivemos uma quebra de produtividade em torno de 25% – lamenta o produtor rural Cláudio Guerra.
Guerra quer recuperar a produtividade que perdeu com a seca. As máquinas estão passando por manutenção e regulagem para iniciar o plantio. Se em 2013 a média caiu para 42 sacas, este ano o investimento é para superar as 60 sacas por hectare.
– Agora é correr atrás e tentar recuperar aquela produtividade que nós sempre tivemos aqui. Com a tecnologia que nós temos, queremos voltar a ter produtividade mais alta – torce o sojicultor.
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Fábio Guerra e Cláudio Guerra, irmãos gêmeos, trabalham com um bom planejamento. Os insumos foram comprados a vista em agosto e o custo foi 20% maior que na última safra. O plantio de 800 hectares deve terminar até o dia 20 de outubro. Fábio está preocupado com uma safra atípica em ano de eleições e previsões nada animadoras com relação aos preços nos próximos meses.
– Eu acho que nós vamos ter um clima de regular para bom, gera uma expectativa boa. Outra preocupação é a política de preços, tanto na venda quanto no custo de produção – afirma Fábio Guerra.
Mas nada que tire o otimismo dos produtores em cada início de safra.
– O produtor vem na expectativa de que sempre o próximo ano será melhor, já é uma expectativa que nasce com o produtor. Sempre há uma certeza de que amanhã será melhor e é isso que move o agronegócio – completa Marisvaldo Zeuli.
Veja a reportagem completa:
Soja Brasil em Mato Grosso do Sul
A realização do roteiro do Soja Brasil em Mato Grosso do Sul tem a parceria da Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado) e da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS).