Expedição Soja Brasil visitou propriedades que plantaram a soja segunda safra e que esperam boas produtividades no plantio de verão. Motivo da prática é o baixo valor do milho
Roberta Silveira | Pato Branco (PR)
No Paraná, alguns produtores estão cultivando soja sobre soja. Ou seja, produtores fizeram o plantio de inverno com a cultura da soja e repetem agora na safra de verão. A Equipe 2 da Expedição Soja Brasil encontrou exemplos de quem fez e vai continuar fazendo a segunda safra de soja.
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O cultivo da soja safrinha pode aumentar o número de pragas na lavoura, mas é uma opção economicamente viável diante do preço baixo do milho, dizem os sojicultores que praticam esse ciclo. É cada vez maior o número de produtores que fazem a segunda safra de soja. No sudoeste do Paraná, 10% dos cooperados da Cooperativa Lar fazem a soja segunda safra.
– A característica da região era plantar soja no verão e milho no inverno, na segunda safra. De três anos para cá, o divisor de águas foi a última safra, o produtor experimentou muito o plantio de soja safrinha. Foi relativamente bem, porque o preço da soja estava melhor. Existe uma tendência de se plantar mais a safrinha em 2015, tirando área do milho – projeta o presidente da cooperativa Irineo da Costa Rodrigues.
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O produtor rural Simão José Sartori é um dos que apostaram na soja segunda safra. Ele reforça que o preço foi o motivo de parar com o milho no inverno.
– É dinheiro, a gente vive disso. Para a terra não é bom, não, mas é mais viável. A soja teve preço melhor. Hoje, precisa de três sacos de milho para um de soja. A média sempre foi dois por um. É mais fácil plantar soja e tem mais retorno. Um terço da minha plantação eu faço (soja segunda safra) – explica.
Sartori conseguiu 35 sacas por hectare na segunda safra. A semente de soja que acabou de plantar foi produzida nesse período. Ele defende a rotação de culturas para manter o solo fértil e diminuir o aparecimento de pragas. Mesmo assim, ele não abre mão de plantar mais soja. No início de 2015, fazendo mais uma safra consecutiva da oleaginosa.
Na propriedade do sojicultor Eucir Brocco, a expectativa é de uma colheita de 70 sacas por hectare. Ele fez a soja safrinha, com uma produtividade considerada boa, de 50 sacas. Só que ele teve um aumento no custo de produção, porque foi preciso fazer mais aplicações na lavoura.
– Eu fiz cinco aplicações de fungicidas. Desde a fase inicial, eu fui acompanhando, não perdi a janela. O grande problema, além da praga, é a ferrugem. Tem que ter um cuidado muito forte. Eu vi produtor na região colhendo 10 a 15 sacos por hectare, onde a ferrugem dizimou a lavoura. Nessa situação, tem que ser proibido mesmo – afirma Brocco.
O consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann, é cauteloso com essa prática. Para ele, o produtor deve respeitar a ponte verde para garantir boa produção. Lantmann salienta a necessidade mais estudos sobre o plantio da soja em cima de soja.
– Nós temos que estudar essa tecnologia. Temos que entender ela melhor e, de repente, pode ser viável, produtiva e competitiva. Não é uma tecnologia totalmente descartável, mas vai precisar de critérios. Onde é possível ser adotado e com que variedade e janela pode acontecer – ressalta.
Veja a reportagem completa:
Acompanhe o trajeto da Equipe 2 da Expedição Soja Brasil: