As lavouras de Chapecó, no oeste do Estado, ficaram 18 dias sem chuvas e o calor também foi maior que o de costume para esta época. Segundo o assessor comercial da Cooperalfa, Edilamar Wonz, as perdas na safra de soja podem chegar a 15% na região.
Apesar das folhas queimadas do sol, as vagens estão se desenvolvendo bem depois das chuvas recentes. De acordo com o agricultor Francisco Sedosvki, com a frente fria, boa parte da lavoura se recuperou.
Em Santa Catarina, a maior parte da produção de soja está em pequenas propriedades. Na propriedade de Sedosvki, que tem 16 hectares da oleaginosa, o plantio aconteceu em novembro e a colheita será em março. De acordo com o sojicultor, os preços pagos pela saca são rentáveis para ele.
– Recebo R$ 64,00 por saca e considero um valor bom – relata Sedosvki.
O Estado tem o maior défict de produção de grãos em relação ao consumo. No ano passado, os catarinenses produziram cerca de 1,7 milhão de toneladas de soja, mas consumiram quase 3 milhões de toneladas. Um saldo negativo de mais de 1 milhão de toneladas que foram compradas de outros Estados, principalmente do Paraná e do Rio Grande do Sul.
No caso do milho, o déficit é ainda maior, são 4 milhões de toneladas por ano. A necessidade de importar grãos vem da grande utilização para a ração animal. O Estado tem importantes agroindústrias que usam farelo de soja e milho para a alimentação de aves e suínos. Apesar da possibilidade de redução da safra de soja no Estado, a perspectiva é de preços estáveis.
Conforme o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Jonas Irineu dos Santos Filho, os preços estão em queda no mercado internacional.
As pequenas perdas com a estiagem nas plantações de soja no Estado são resultado de algumas práticas de manejo de solo.
Sedosvki espera pelas chuvas para garantir a produtividade de 67 sacas por hectare e o desenvolvimento final da lavoura.
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