Na proposta, os Estados Unidos reduzem de US$ 48 bilhões para US$ 15 bilhões o apoio interno aos agricultores e também aceitaram criar um teto por produto, dentro da média dos subsídios dados entre 1995 e 2004, que é de US$ 13 bilhões por ano. Com esse acordo, os subsídios considerados abusivos como do algodão poderiam ser reduzidos de US$ 4 bilhões para US$ 550 milhões.
Criar limites para apoiar produtores de soja, algodão, açúcar e trigo é considerado por parte do governo brasileiro um dos maiores ganhos comerciais dessa negociação. O ministro da Agricultura, porém, não vê na proposta motivo para comemorações.
? O que os Estados Unidos gastam com subsídios é menos do que isso. Então isso na pratica isso [proposta de redução de subsídios] não altera em nada e também não retira, por outro lado, a barreira que eles [EUA] impõem para os nossos produtos chegarem lá ? disse Reinhold Stephanes.
O ministro foi cético sobre a eficácia da Rodada Doha desde o inicio das negociações. Ele foi convidado diversas vezes, mas nunca participou dos encontros ministeriais. Segundo o ministro, os ganhos agrícolas são nulos se o Brasil atender as exigências e, em contrapartida, reduzir as taxas de importação de produtos industriais.
? São sete anos de discussões. Os avanços são muito pequenos, as propostas estão aparecendo de última hora e mesmo assim elas alteram pouco na prática. Quem vai decidir evidentemente se é vantajoso para o Brasil é o ministro de Relações Exteriores [Celso Amorim], mas sob o ponto de vista agrícola acredito que pouca coisa muda ? concluiu.