? Isso mantém um equilíbrio para continuarem produzindo e também mantém empregos, evitando aquele problema de várias regiões do Brasil, que empregam na safra e desempregam na entressafra, e mantendo a economia de milhares de municípios ? afirmou à Agência Brasil.
Para incentivar o aumento da produção, que em 2009 foi de cinco milhões de toneladas, o ministro disse que é preciso adotar uma política de médio e longo prazos. O consumo anual de trigo no país é de aproximadamente 10,5 milhões de toneladas, o dobro do que é produzido.
? Temos que evitar a importação de trigo que vem subsidiado dos Estados Unidos e do Canadá, em momentos prévios à nossa safra porque, aí, os moinhos estocam e pressionam os preços para baixo ? afirmou.
Além disso, Stephanes disse que é preciso definir melhor o acordo de importação da Argentina, para evitar que o trigo de lá chegue ao Brasil na época da colheita. Por estar dentro do Mercosul, o trigo argentino não é taxado quando entra no Brasil. O cereal de outros países fora do bloco de integração econômica, como Estados Unidos e Canadá, entra no país com taxa de 10%, referente à Tarifa Externa Comum (TEC).
O Ministério da Agricultura, entretanto, já levou uma proposta de aumento da TEC para 35% à Câmara de Comércio Exterior (Camex), que está analisando os impactos que a medida pode ter no preço final do pão, que acaba interferindo na inflação. De acordo com Stephanes, se o Brasil se decidir pela autossuficiência, no próximo plano safra aparecerão novidades para incentivar a produção de trigo, como a redução nos juros dos financiamentos para a atividade.