Ao saber que o ministro da Agricultura participava da audiência pública, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que acabava de chegar de uma viagem a São Paulo, foi às pressas para o Congresso Nacional. O clima de tensão entre os dois ministros era visível, mas Reinhold Stephanes procurou evitar o debate.
Stephanes defendeu o desmatamento zero na Amazônia e informou que o Ministério da Agricultura solicitou ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais um estudo sobre a situação das áreas desmatadas do bioma. O ministro reconheceu que a pecuária é o principal vetor do desmatamento da floresta, mas disse que só o Ministério da Agricultura tem instrumentos para acabar com a criação ilegal.
? O gado que se produz na região ou vai para o frigorífico ou é exportado. Para isso ele precisa de uma guia de transito. Nós temos que transfmorar essa guia de transito em uma guia eletrônica para que tenhamos o conhecimento real de quando o gado sai da fazenda e para onde vai. Se eles estiverem desmatando não terão direito à Guia de Transito e o frigorífico não vai comprar. Assim vamos conter o desmatamento ? disse Stephanes.
Por causa disso, o Ministério deve anunciar em breve um programa para evitar a degradação da floresta pelos pecuaristas. Ele criticou, porém, a legislação ambiental do país, que foi “construída sem a participação do setor produtivo”.
Carlos Minc negou o clima de tensão com o colega da Agricultura e tentou afinar o discurso.
? Em relação ao ministo Stephanes vários pontos comuns: ele defende o desmatamento zero; ele diz que a soja não é problema para a Amazônia, é verdade. Ele considera que a pecuária é um problema, nós também temos a mesma posição ? finalizou Minc.