A consequência, na opinião do ministro, foi que nos três anos seguintes à implantação do plano a produção diminuiu, numa época em que não havia um mercado de excedentes e grande parte da produção terminava sendo consumida internamente.
Stephanes afirmou que parte do endividamento agrícola vem daquela época, mesmo considerando os problemas climáticos.
? Os preços caíram muito e aí o agricultor, embora recebesse crédito abundante, não tinha como devolver esse crédito depois ? afirmou o ministro.
Ele lembrou que, para rolar a dívida, o agricultor tomava novo empréstimo e se endivida mais.
Stephanes fez questão de deixar claro que o plano foi positivo, pois nos anos seguintes o fato de não haver inflação permitiu planejar ações, o que mudou o panorama, principalmente para “os pequenos” tanto assalariados quanto produtores agrícolas.
? Sabemos que quem pagava o preço pela inflação eram os assalariados, os que tinham menor poder de renda. Isso aconteceu também com a pequena agricultura, com aqueles que não tinham a menor condição de comercializar a produção e acabavam pagando um preço muito alto por causa da inflação ? defendeu.
O ministro lembrou que nos anos seguintes ao lançamento do plano, a agricultura passou a ter desempenho cada vez melhor e o agronegócio se desenvolveu com velocidade e maior eficiência. Essa nova realidade permitiu mensurar melhor os custos de produção, os ganhos e a renda, o que era praticamente impossível durante o período de alta inflação.
Quando à valorização do real frente ao dólar, o ministro não credita apenas à força da moeda brasileira. Para ele, o real se mantém uma boa posição porque os fundamentos da economia estão bem e isso faz com que os investidores tenham mais confiança e vejam o Brasil como uma das grandes opções.
? Isso faz com que o dólar se deprecie em relação ao real [com mais dólares na economia]. Então, não é só o fato de o real ser uma moeda boa e forte ? concluiu Stephanes.