Suinocultores de todo o Brasil estão acumulando prejuízos desde o início da crise global. Em 2008, o Brasil exportou 529 mil toneladas, enquanto em 2007 foram 600 mil, uma redução de 13%.
Só nos dois últimos meses do ano, as vendas caíram pela metade. E o principal motivo foi a restrição russa as importações. O país era o maior comprador da carne suína brasileira.
Das exportações do ano passado, 225 mil toneladas, ou 43% do total, foram para os russos. Com a redução dos embarques, o Estado de Santa Catarina, que responde pela metade das exportações, acumula um estoque de 50 mil toneladas de carne.
Segundo representantes do setor, os produtores de suínos estão cada vez mais endividados em função da baixa rentabilidade. O preço do quilo da carne gira hoje em torno de R$ 1,65, bem abaixo do custo de produção, que é de R$ 2,40.
? Primeiro foram os pequenos produtores, mas agora grandes e médios estão saindo da atividade porque sequer têm recursos e condições para alimentar seus plantéis ? disse o presidente da Associação de Criadores de Suínos de Santa Catarina, Walmor de Souza.
A principal reivindicação dos representantes dos produtores de suínos é a abertura de novos mercados.
? Nós vimos a Rússia trocar o Brasil pelos Estados Unidos, e com cotas. E isso nós não aceitamos. Coube a preocupação da abertura do Japão, que está dependendo de um questionário no Ministério da Agricultura, e coube aproveitar a visita do presidente Lula à China para conseguir a abertura do país para a carne suína ? afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto.
O Ministério da Agricultura prometeu ainda negociar uma nova forma de comércio com a Rússia para tentar restabelecer as exportações ao país.
? O secretário Inácio [Kroetz], da Defesa Agropecuária, vai levar essa proposta no dia 15 à Rússia para ver se consegue importar trigo russo e exportar carne suína para aquele país ? concluiu o deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC).