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Suinocultura: parasitas internos e externos prejudicam conversão alimentar

Tratamentos costumam ser simples, mas é essencial trabalhar com programas preventivos, diz especialista

Engana-se quem acha que o ganho de peso abaixo do esperado nos suínos está relacionado apenas à alimentação. De acordo com pesquisas da Embrapa Aves e Suínos, os parasitas representam até 40% do problema, causando prejuízos financeiros. Eles desafiam a suinocultura e são os principais inimigos dos suinocultores.

São vários os parasitas, como ácaros, vermes, moscas, pulgas, carrapatos e piolhos. Podemos chamá-los de externos e internos. A médica-veterinária Cíntia Kunrath explica que parasitas internos são vermes gastrointestinais que causam problemas no intestino do animal e podem prejudicar o abate por conta das condenações. Há também os que causam problemas renais e os que chegam aos pulmões. “Já os externos são sarnas, piolhos e carrapatos. Dependendo da instalação, podemos ter mais dificuldade para controlar. A sarna é um ácaro que precisa do animal para proliferar e morre quando não está no corpo dele. Devemos controlar a entrada do problema nas granjas e introduzir nos planetas animais livres de sarna. Uma vez na granja, ela se torna endêmica”, diz.

Diarreia e coceira

Ainda de acordo com Cíntia, os prejuízos com os parasitas são grandes, sobretudo com os vermes, já que não podemos enxergá-los e há maior dificuldade para identificar o problema. “Eles podem causar diarreia e um desequilíbrio intestinal, prejudicando a conversão alimentar. Também podem abrir uma porta para a entrada de outras bactérias, causando até mortalidade no lote”, explica. Já a sarna incomoda os animais, que se coçam muito. Isso também impacta na alimentação e até na produção de leite das matrizes. “O produtor deve observar as fases dos animais, mas, mesmo assim, é difícil identificar parasitas internos. Já os externos é mais fácil identificar, porque causam lesões na pele.

Uma vez identificado o problema, o produtor deve investir em tratamento. “Pode ser a pulverização do ambiente e também a lavagem e desinfecção para controlar a enfermidade”, diz Cintia. “O tratamento costuma ser simples, mas, na agroindústria, trabalhamos com o programa preventivo. Nas granjas de matrizes, fazemos os tratamentos a cada seis meses. O remédio é aplicado na ração para evitar vermes intestinais e sarnas. Já para os animais de recria e terminação, também aplicamos o produto adequado via ração para evitar problemas com verminoses e parasitas”, completa.

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