Sul do Brasil tem singularidades na produção de soja

Equipe 2 da Expedição Soja Brasil faz um balanço das 15 cidades produtoras visitadas nos três Estados da região

Roberta Silveira | Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

A Equipe 2 da Expedição Soja Brasil rodou pelos três Estados do Sul do Brasil. Em 15 municípios, conversamos com produtores rurais e conhecemos a realidade da região. Vimos plantios e também vimos lavouras mais desenvolvidas. Em Pato Branco (PR), adubar a cultura anterior e reduzir a adubação da soja é uma prática que dá certo.

– Logo após o plantio de soja, eu joguei o cloreto de potássio. Otimiza o plantio, porque se ganha tempo na hora de plantar a soja. Esse fósforo vai estar disponível na palhada da aveia para a soja também e você tem a vantagem de não ter o sal de cloreto na linha da soja, atrapalhando a germinação. A gente entende que esse sistema é muito mais favorável para a soja – argumenta o produtor Eucir Brocco.

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O consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann, aprova a ideia e diz que isso reflete em outro ponto importante para o produtor: o custo de produção.

– Ele não faz uma adubação isolada para cultura. Ele considera o sistema de rotação, de sucessão que ele tem. No caso aqui, como ele entra com aveia, ele adubou a aveia. Não adubou a soja com nada. Ele deve ter reduzido o custo de produção dele em 20%, no mínimo – comenta Lantmann.

Em Santa Catarina, a produção é feita em pequenas propriedades.

– Todo município de Xaxim é em torno de 4 mil hectares de soja. Aqui, a gente tem uma condição que são, geralmente, pequenas propriedades. O município em si, toda microrregião de Xaxim praticamente é de pequenos proprietários – afirma o gerente comercial da Cooperalfa, Moacir Mistura.

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Uma coisa que a Expedição Soja Brasil acompanhou foi o desânimo do triticultor. O trigo de má qualidade, por causa das pragas, e os preços fizeram o produtor Vilmo Matté Filho jogar os grãos fora após a colheita. A rotação trigo/soja está ameaçada.

– Primeiro as chuvas, as pragas e depois o preço. Não tem o que fazer, não será mais plantado. Melhor ficar parado do que ter prejuízo – comenta Filho.

Na região Sul, em muitas lavouras de soja também é feita a criação de animais. Em Santa Rosa (RS), a suinocultura colabora com a produção de grãos. O sojicultor que também é suinocultor tem uma vantagem. Ele pode utilizar os dejetos dos animais na lavoura de soja. Assim, o produtor consegue economizar com fertilizantes.

– Nós temos inserido na propriedade de suínos, que este adubo orgânico é posto aqui dentro do sistema de lavoura. Se consegue reduzir em torno de 50% o uso de fertilizantes do ano – explica o produtor Edson Gross.

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Em terras gaúchas, constatamos uma nova rotação de cultura que vem crescendo em cada safra. A tática de plantar arroz e soja tem dado certo em algumas regiões do Estado.

– Nós já estávamos com problema com a lavoura de arroz, com as invasoras resistentes, como o arroz preto e vermelho, já também não conseguia controlar mais. Com a rotação de culturas, uniu o útil ao agradável. Nós estamos tendo uma rentabilidade com a soja. Diminuiu nossos custos e estamos satisfeitos – ressalta o produtor Léo Rodel Jenisch.

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