Os europeus ofereceram a criação de uma cota de importação de etanol do Brasil, na tentativa de destravar as negociações. Na avaliação de Ricardo Cotta, a iniciativa do bloco colocou outros países em uma situação “desconfortável”, já que eles se veriam obrigados a também tomar atitudes.
Em entrevista ao Mercado e Companhia, nesta sexta-feira, dia 25, Ricardo Cotta reconheceu a importância do etanol para a gende brasileira de negociações, mas fez uma ressalva.
? Que o etanol é importante, não há dúvida. Mas não podemos colocar o etanol como condição essencial para um acordo na Rodada de Doha. Não deve ser levado em consideração como um ponto de ruptura.
Cotta disse que mantém a expectativa de uma conclusão positiva das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), embora saiba que os resultados para o setor agrícola estão longe do esperado.
Ricardo Cotta discordou do presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, para quem o Brasil joga para empatar na Rodada de Doha e não defende o interesse do agronegócio brasileiro.
? Acompanhando as negociações do Itamaraty durante esta semana, vimos bastante empenho de resolver a questão. Estamos a sete anos prolongando a negociação de Doha, estamos próximos de resolver.
O superintendente técnico da CNA defendeu que, mesmo estando longe do ideal para o setor do agronegócio gostaria, há o que ganhar com o acordo na Organização Mundial do Comércio.