O volume recorde de grãos que sairá das propriedades rumo a indústrias de beneficiamento ou ao porto de Rio Grande, neste ano, irá encontrar praticamente o mesmo cenário de décadas passadas. E os embarques já começaram. Sem silos suficientes para estocar toda a produção, a safra é escoada tão logo colhida e fica depositada em carrocerias de caminhões. Com uso escasso de hidrovias e ferrovias, o transporte de cargas ainda depende predominantemente de rodovias.
– O preço da soja é o mesmo no mundo todo.A diferença é a logística de cada país. Quanto maior o custo do transporte, menor a rentabilidade do produtor – aponta Antônio da Luz, economista da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
Embora esteja próximo de se tornar o maior produtor mundial do grão, desbancando os Estados Unidos, o Brasil está bem distante das condições de infraestrutura norte-americana.
– Lá, 70% do transporte é feito por hidrovias – compara o economista.
Soja com deságio de 4%
O custo logístico no Rio Grande do Sul representa 19% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme dados da consultoria Intelog. Ou seja,se uma tonelada de soja custa R$ 1 mil, R$ 190 são de armazenagem e transporte.
– Esse custo três vezes superior ao ideal nos tira a competividade. É o custo de não fazer nada – avalia Paulo Menzel, coordenador do Fórum de Infraestrutura e Logística da Agenda 2020.
Reconhecido pela produção agrícola, o Brasil passou a ser visto também como um país deficitário no transporte. Em contratos no mercado internacional, a soja gaúcha tem sido comercializada com um deságio de 4%, abaixo do valor pago pela soja americana. Para Menzel, a raiz desses problemas está no planejamento,ou na falta dele.
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