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A morte dos tupinambás foi confirmada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Segundo missionária do Conselho, as famílias das vítimas disseram que os três índios foram alvo de emboscada. Os homens foram identificados como Aurino Santos Calazans, 28 anos, Agenor de Souza Júnior, 28 anos, e Ademilson Vieira dos Santos, 36 anos.
De acordo com o portal G1, as vítimas foram mortas a tiros. De acordo com a TV Bahia, em Buerarema, dois produtores rurais afirmam ter sido espancados por indígenas no sábado. A polícia investiga se há relação entre os crimes.
Clima tenso na região
O clima voltou a se intensificar no sul da Bahia a partir de agosto desse ano, quando integrantes da Força Nacional de Segurança foram enviados a Buerarema, a 237 quilômetros de Salvador, onde os tupinambás haviam ocupado pelo menos 35 propriedades rurais. A ocupação de fazendas foi a forma que os índios encontraram para pressionar o governo federal a acelerar a conclusão da demarcação de uma reserva indígena de 47 mil hectares. A área abrange parte dos municípios de Buerarema, Ilhéus e Una.
A presença da Força Nacional, no entanto, não foi capaz de conter novas ocupações e novos conflitos. No dia 3 de setembro, o tupinambá Dilson “Cipó” foi encontrado morto em uma comunidade entre as cidades de Ilhéus e Una. Após a morte do indígena, o Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Ministério da Justiça e ao governo da Bahia que reforçassem o policiamento na região.
A área que os tupinambás alegam ter pertencido ao seu povo mede 47.376 hectares (um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial). Foi identificada e delimitada pela Funai em 2009, mas, desde então, os índios continuam esperando que o Ministério da Justiça publique a portaria em que reconhece a área como território tradicional indígena.
Presidente da associação de produtores da região falou sobre o caso:
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