A previsão é igualmente superior à de finais do ano, quando o Governo temia que a crise econômica global, que esgotou o crédito e reduziu os índices de confiança de consumidores e empresários, provocasse uma forte redução do volume de recursos oferecido pelo sistema financeiro.
? Estamos registrando uma recuperação do crédito mais rápida do que esperávamos e impulsionada principalmente pelo crédito para habitação, setor em que o volume emprestado cresceu 40% ? admitiu nesta quinta, dia 25, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
O BC prevê que a oferta de créditos para as empresas subirá 13% este ano e a dirigida aos consumidores terá alta de 16%.
A oferta de crédito aumentou apesar de, segundo os números divulgados pelo Banco Central, a taxa de falta de pagamento dos créditos concedidos aos consumidores ter subido para 8,6% do total, a maior já registrada desde que o indicador começou a ser medido, em junho de 2000.
O índice de inadimplência dos consumidores é mais que o dobro que os 4% medidos até agosto, antes de a crise se agravar. A taxa de inadimplência das empresas também subiu, para 3,2%, e ficou no maior nível em oito anos.
A taxa de falta de pagamento, que reflete o volume de créditos com um atraso no pagamento superior a 90 dias, aumentou principalmente pela incapacidade dos consumidores.
A situação, segundo o BC, é um reflexo dos efeitos da crise internacional, que provocou uma alta nas taxas de juros e uma redução dos empréstimos.
? Agora, os números estão refletindo o momento de crise passado. O que se espera agora é que, com a regularização das linhas de crédito e a redução dos juros, as famílias voltem a pagar suas dívidas ? finalizou Lopes.