Segundo levantamento feito no ano passado pela organização não-governamental (ONG) Contas Abertas, a cooperativa catarinense faz parte de uma lista de 43 entidades privadas e sem fins lucrativos que recebem recursos federais e que têm no seu quadro de dirigentes, comprovadamente, líderes do MST. Entre 2003 e 2009, ela teria recebido R$ 11 milhões dos cofres públicos, segundo a mesma fonte. A verba destinada à cooperativa no ano passado, no valor de R$ 3,3 milhões, foi 65% maior que a do ano anterior.
A determinação do TCU chama a atenção, entre outros motivos, para a possibilidade de conflitos de interesses. É citado especificamente o caso da Associação Estadual de Cooperação Agrícola catarinense, entidade encarregada de monitorar e avaliar o convênio. Lucídio Ravanello, um dos diretores dessa entidade, já presidiu a cooperativa beneficiada com os recursos públicos. O agravante, segundo o TCU, é que as duas entidades funcionam no mesmo endereço, no município de Chapecó.
Em dezembro, o TCU chegou a suspender, por meio de medida cautelar, a execução do convênio com a cooperativa catarinense. O Incra recorreu, interpondo um agravo, e, na quarta-feira da semana passada, às vésperas do feriado de carnaval, o TCU revogou a cautelar, permitindo a continuidade dos repasses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.