A tecnologia é definida por seu inventor, o engenheiro Takeshi Imai, de 68 anos, como uma modificação consciente do clima e ambiente, sendo ModClima o nome designado a técnica, que envolve a criação de nuvens com água potável através de borrifadas feitas por avião. Essa água, que não tem aditivo químico, se encontra com as gotículas já existentes nas nuvens e provoca a chuva, processo descrito como colisão-coalescência, que ocorre naturalmente quando há chuva.
Atualmente, a ModClima usa um avião bimotor equipado com tanque de 300 litros e bicos móveis nas asas e na cauda que esguicham água. As nuvens são escolhidas por meio de radares apontados para a região onde se quer criar a precipitação. Se não houver nuvem, não há como provocar chuva. O recorde de chuva provocada registrado por pluviômetro é de 60 milímetros.
Em dez anos de funcionamento, a empresa acumula em seu portfólio mais de 600 chuvas em lugares no oeste da Bahia, em Santa Catarina e em São Paulo. A ModClima é contratada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para fazer chover nos reservatórios dos sistemas de abastecimento Cantareira e Alto Tietê.
Com o governo federal, a empresa tenta viabilizar a criação de unidades produtoras de chuva em áreas extensas com déficit hídrico.
? Isso pode evitar incêndios florestais e favorecer a revitalização de nascentes e Mananciais ? explica a diretora da ModClima, Marjorie Imai, filha do engenheiro Takeshi Imai.
As unidades produtoras de chuva também podem consorciar áreas de proteção ambiental, fazendas e reservatórios e, assim, viabilizar o custo da operação. A hora do voo é na faixa de R$ 12,5 mil. O preço varia conforme o número de voos, a necessidade de manutenção da aeronave, a logística das equipes em terra e a duração do trabalho.
De acordo com notícia publicada no site do Ministério da Ciência e Tecnologia, a ModClima apresentou a técnica durante a recente Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação, que ocorreu em fevereiro na Alemanha. A tecnologia, que está patenteada, foi premiada no 7° Simpósio Internacional da Água, em 2005, na França. Com informações da Agência Brasil.