Tecnologia ajuda produtor de cana-de-açúcar de São Paulo a ter produtividade acima da média

Preço pago pelo produto no mercado está abaixo do mínimo e região pode perder área plantadaA seca que vem afetando a região Sudeste prejudicou a safra de cana-de-açúcar, que deve apresentar quebra. Mas, no interior de São Paulo, um produtor vem conseguindo manter a produtividade com a utilização de algumas técnicas de cultivo.

A colheita está a todo vapor em Lençóis Paulista, na região central do Estado. As colhedoras entraram em campo em abril e não devem ter folga até dezembro.

– A cana de segundo corte está com uma produtividade de 95, 100 toneladas por hectare – comemora Luiz Carlos Dalben, produtor e presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê (Ascana).

A produção na área deve ser igual a do ano passado, com média de 81 toneladas de cana por hectare, acima do rendimento da região que é de 77 toneladas por hectare. O produtor não deve ter quebra de safra, ao contrário do que acontece em boa parte do país, por consequência da seca e da crise que fez os produtores reduzirem os tratos na lavoura.

Como em outras culturas, um dos segredos para a boa produtividade é a cobertura de solo. Depois que a cana é colhida, parte da palha fica no solo e outra parte é retirada, cerca da metade. Dalben explica que a palha é vendida para a usina, que transforma o material em bioenergia. Como a região tem temperaturas um pouco mais amenas, é melhor que tenha menos palha no solo acontecer a germinação de uma boa cobertura, rica em potássio.

Outro diferencial é o espaçamento da cana que segue um padrão diferente do convencional.

– O adensamento maior favorece o tráfego de tratores e colhedoras. O solo da região é arenoso, mais pobre em nutrientes – diz o produtor que investe em tecnologia.

As colhedoras são monitoradas via satélite e as informações da colheita são transmitidas via rádio. Mas a remuneração pela cana vem caindo, a tonelada é vendida a R$ 65, abaixo do custo de produção que é de R$ 72. O produtor pensa em abandonar a atividade, se os preços não melhorarem.

– É uma situação bastante grave pra gente, porque não é o primeiro ano que está acontecendo isso. É meio histórico nos últimos anos. A gente não vai conseguir sustentabilidade em 2015, se terminar a safra nestes mesmos valores que nós estamos fazendo este ano – lamenta Dalben.

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