Durante o trabalho no campo, muitas vezes, o produtor é obrigado a tomar decisões importantes rapidamente para contornar desafios. Ciente disso a Solinftec, líder global em agricultura digital, desenvolveu a Alice, uma inteligência artificial (IA) capaz de orientar o fazendeiro na tomada de decisões.
De acordo com o Chief Strategy Officer (CSO) da companhia, Fernando Santa, atualmente, tecnologias são comuns aos grandes produtores. “Mas queremos democratizar e levar informações ao médio e pequeno produtor”, afirma.
Através de algoritmos, a Alice é capaz de processar dados diversos — vento, temperatura, posicionamento de máquinas etc —, e aconselhar o agricultor para que ele aproveite melhor a equipe, produza mais e gere um menor impacto no meio ambiente ao diminuir o consumo de combustível e emissão de CO2.
Mas o bom funcionamento de uma IA depende de uma base sólida de dados para orientar o algoritmo, o que não é um problema para a Solinftec. A empresa conta com informações de mais de 8 milhões de hectares, espalhados pelo Brasil e pelo mundo. “São dados sobre máquinas, localizações, climas e sementes utilizadas, o que nos permite fazer uma leitura rápida, compará-la a cenários ideais e propor a melhor solução”, diz o CSO.
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Santa acredita que o compartilhamento de dados na agricultura é um caminho sem volta. Ele afirma, também, que o Brasil está muito à frente, já que vem coletando informações há muito tempo.
Conectividade não é problema
Um dos grandes desafios da implantação da Internet das Coisas (IoT, em inglês) na agropecuária é a falta de internet no campo. Fernando Santa diz que caso a coleta e análise não seja feita em tempo real, a relevância dos dados diminui um pouco.
Pensando nisso, a Solinftec conta com uma solução de rede própria através da instalação de torres na propriedade. Além disso, como as máquinas são autônomas, caso exista algum problema de conectividade, elas guardam os dados e transmitem assim que retomada.
A companhia integra também a ConectaAGRO, uma iniciativa do setor privado, formada por empresas de diversos setores, que defende a conectividade como forma de tornar a produção brasileira mais competitiva.
Proximidade com o campo
O produtor rural precisa de evidências para adotar novas tecnologia, afirma o CSO da Solinftec. “Ele precisa se sentir seguro e acreditar naquilo. Por isso nós trabalhamos com pilotos. Pegamos uma parte da fazenda e implementamos a solução que resolve mais dores ou traz mais ganhos. Temos que demonstrar o que essa tecnologia tem a agregar. Depois, seguimos para um acordo comercial”, afirma.
Santa se orgulha de a companhia nunca ter perdido um cliente. Segundo ele, um dos segredos é o trabalho da equipe de suporte, que não fica passiva aguardando relatos de problemas. Eles também procuram o agricultor quando percebem que a ferramenta não está sendo usada com todo o seu potencial. “Nosso mantra é empoderar o produtor, então estar longe dele não faz sentido nenhum”, finaliza.