A produção agropecuária em Mato Grosso do Sul nos últimos anos vem passando por transformações, tanto um “boom de valorização de terras quanto um boom de produção”. Entre os motivos para as mudanças vistas, conforme apontam especialistas, estão o emprego da tecnologia, capacitação dos produtores rurais e seus colaboradores, bem como a expansão da industrialização.
O estado, que antes tinha sua atividade produtiva voltada para a pecuária extensiva, tem visto uma migração de áreas para a lavoura. A produção agrícola e os seus desafios em Mato Grosso do Sul são alguns dos assuntos do programa Direto ao Ponto desta semana.
Atualmente, Mato Grosso do Sul produz cerca de 13 milhões de toneladas de milho e a chegada das usinas de etanol de milho, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), André Dobashi, vem trazendo uma nova realidade.
“É muito importante destacar o pape que vão ter essas duas indústrias em plena capacidade de moagem, colocando uma nova opção de venda para o produtor e trazendo para o estado o etanol de milho, o subproduto que é uma ração completa, o DDGs. E, além disso, a madeira, porque a gente usa lenha na produção”, diz André Dobashi.
No estado estão em operação a Inpasa, em Dourados, e a Neomille, em Maracaju. Juntas, destaca o presidente da Aprosoja-MS, as indústrias consomem cerca de três milhões de toneladas de milho ano. No início de agosto, a Inpasa anunciou investimentos de aproximadamente R$ 1,2 bilhão na construção de sua segunda unidade no estado, desta vez em Sidrolândia.
Expansão produtiva eleva busca por capacitação
De acordo com o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (Senar-MS), Lucas Galvan, a agricultura está expandindo “em áreas que antes a gente não pensava em agricultura”, bem como outras atividades, a exemplo da avicultura e suinocultura, que também demandam a produção de soja e milho para a alimentação dos animais.
“Isso traz uma demanda de novas habilidades e novos profissionais para esses setores. Os setores já consolidados precisam de profissionais antenados as tecnologias e os novos setores estão demandando perfis de profissionais diferentes”, comenta Lucas Galvan.
O superintendente do Senar-MS salienta ainda que tanto produtores quanto os trabalhadores rurais estão buscando se adequar as novas tecnologias.
“As habilidades, os conhecimentos hoje são diferentes do que se exigia há cinco, dez anos. O quê tem trazido pessoas novas, que não tem às vezes tradição no agro, mas que enxergam uma oportunidade de fazer carreira e crescer profissionalmente dentro do agro”.
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