Tecnologia e fatores naturais dão sabor típico à manga e uva do Vale do Submédio São Francisco

Frutas são as primeiras no país a receberem registro de Indicação Geográfica, que traz importantes perspectivas nos mercados nacional e externoResponsáveis por um terço da exportação brasileira de frutas, os produtores do Vale do Submédio São Francisco se preparam para aperfeiçoar ainda mais a produção. Nos próximos meses as frutas comercializadas receberão o selo de Indicação Geográfica, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A garantia valerá tanto para o mercado externo quando nacional, mas a expectativa é que a aceitação internacional seja maior, segundo os produtores da área de 127 mil quilômetros quad

? O Brasil exporta uva e manga para o mercado americano e europeu. Parte importante dessas exportações vêm do Vale do São Francisco. O selo será muito importante para certificar a qualidade e também vai dar uma nova conotação no mercado interno. Estamos com grandes perspectivas com essa normatização e o inicio do uso ? afirma o vice-presidente da União das Associações e Cooperativas dos Produtores de Uvas de Mesa e Mangas do Vale do Submédio, Arthur de Souza.

As duas frutas são beneficiadas por fatores naturais como a quantidade de radiação solar, o número de horas de insolação, a umidade relativa do ar, a irrigação pelas águas do rio São Francisco, além da tecnologia utilizada no manejo que assegura níveis elevados de produtividade. São 800 mil toneladas por ano de uvas de mesa e mangas.

A obtenção do selo vai garantir aos produtores maior visibilidade no mercado, segundo ressalta o coordenador-geral de Apoio às Câmaras Setoriais e Temáticas do Ministério da Agricultura, Aguinaldo José de Lima.

? Com o selo, os agricultores podem fazer trabalhos conjuntos de gestão de produção, de qualidade, de recursos e de marketing. A partir daí surgem benefícios junto aos consumidores ? afirma.

Estratégia de marketing
A analista técnica do Sebrae Hulda Giesbrecht observa que a conquista do selo de Indicação Geográfica pode ser utilizada como estratégia de marketing por empresários brasileiros.

? Na Europa, há empresas que fabricam iogurtes apenas com frutas com registro de procedência ? exemplifica Hulda.

A Região do Vale do Submédio São Francisco é uma das sete áreas brasileiras que têm o selo de Indicação Geográfica. Também conquistaram o selo a carne bovina do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional, a Cachaça de Paraty, o couro acabado do Vale dos Sinos, o vinho do Vale dos Vinhedos, o café da Região do Cerrado Mineiro e o vinho de Pinto Bandeira. Outros 24 pedidos tramitam no INPI.

Para ajudar os empreendedores a profissionalizar seus negócios, o Sebrae recebeu até 14 de julho deste ano inscrições para a Encomenda de Projetos de Apoio à Gestão das Indicações Geográficas Registradas e Depositadas. A iniciativa tem o objetivo de selecionar associações e cooperativas que receberão apoio financeiro do Sebrae para implementar projetos de melhoria da gestão. O valor máximo a ser repassado pelo Sebrae é de R$ 200 mil por projeto. O recurso deve ser utilizado para melhorar a gestão do negócio.