É do seu próprio pomar que a empresária Rosângela Moraes tira a matéria-prima para a goiabada cascão que ela vende no mercado de produtos orgânicos em Brasília. Para alimentar os 300 pés de goiaba, ela e o marido esperavam cinco meses até receber o adubo natural, que vinha de São Paulo. Além de demorada, a encomenda era cara: R$ 12 mil por safra.
? A gente tinha que trazer de fora, o frete muito caro e o custo muito alto? diz ela.
Para economizar, o casal passou a produzir o próprio adubo.Técnico em eletromecânica, o marido da agricultora, Augusto Gross, criou um sistema para monitorar a temperatura do material em fermentação, que leva capim, pó de rochas e matéria orgânica de animais. É tudo automático, ninguém precisa virar a mistura.
? Quando está próximo dos 65ºC, eu succiono esse ar, puxo esse ar quente e injeto, logo após, o ar frio, que é sob pressão. Demora 35 dias, 45 dias no máximo para esse composto ficar pronto.
O sistema custou R$ 20 mil, menos do que eles gastariam em um ano com a compra de adubo.
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E não foram só os custos que diminuíram. Com o adubo orgânico produzido pelo próprio casal na propriedade, os pés ficaram mais carregados. E com frutas bem maiores.
? Nós chegamos a colher goiaba aqui de 750 gramas ? explica Augusto Gross.
? Eu até diminuí o açúcar, né? Porque a goiaba fica mais doce ? completa ela.
A experiência é acompanhada por pesquisadores da Embrapa Hortaliças, que monitoram o desempenho do chamado adubo acelerado. A ideia é, no futuro, levar a tecnologia para associações e cooperativas de agricultores.
? O composto orgânico é um adubo relativamente barato porque o produtor utiliza os materiais que ele tem na propriedade. Além disso, o composto orgânico fornece todos os nutrientes que a planta precisa e melhora também a parte física do solo: melhora a retenção de água, melhora a infiltração, diminui a erosão ? diz a doutora em nutrição de solos e plantas da Embrapa Hortaliças, Ronessa Bartolomeu de Souza.
