Nesta segunda-feira (27), começou a 20ª edição da Tecnoshow Comigo.
Voltada à difusão de tecnologia rural, a feira vai até sexta-feira (30), em Rio Verde, Goiás.
A expectativa é que o evento gere mais de R$ 10 bilhões em negócios.
Considerada a maior feira de tecnologia rural do Centro-Oeste, a Tecnoshow Comigo 2023 tem 65 hectares e 650 expositores de máquinas e implementos, plots agrícolas e animais de várias espécies, trazendo soluções e novidades para os diversos segmentos do agronegócio.
Os organizadores esperam mais de 130 mil pessoas e que o evento injete cerca de R$ 100 milhões na economia da cidade nos cinco dias de evento.
De acordo com o diretor executivo da Comigo, Dorivan Cruvinel de Souza, a projeção é que o faturamento da edição deste ano supere a edição de 2022, que gerou R$ 10,6 bilhões.
“O produtor está cauteloso. Ele vai fazer o investimento que ele realmente tem necessidade porque os juros estão muito altos. A atividade não paga esses juros de 18%, 20%. Mas a expectativa é boa porque a gente colheu bem. O preço da soja caiu, mas a gente colheu bem. Então o produtor, de certa forma, está capitalizado”, diz.
Para o presidente da Comigo, Antonio Chavaglia, o crescimento da feira está alinhado ao setor que demanda tecnologias para os produtores, sejam eles pequenos, médios ou grandes, e que a Tecnoshow Comigo deve crescer nos próximos anos, uma vez que o setor é dinâmico e precisa de investimento constante e novas soluções.
“As coisas cada dia evoluem muito mais. Se nós olharmos 20 anos atrás, o que era a pecuária e a agricultura, o salto que tivemos foi fantástico porque o que sai daqui vai para o campo, vai para os nossos campos experimentais primeiro para depois ser transferido para o produtor, em termos de máquinas, equipamentos, como também genética. Tudo isso faz parte desse contexto todo e essa feira é um exemplo de responsabilidade de todos que participam e isso nos gratifica muito”, disse.
A abertura da feira contou com a presença de autoridades, como o governador do estado, Ronaldo Caiado, e o prefeito de Rio Verde, Paulo Faria do Vale, além de parlamentares federais e estaduais, representantes de entidades do setor produtivo, expositores e produtores rurais. Os temas mais citados nos discursos foram a preocupação com o novo Plano Safra e a reforma tributária.
Segundo José Mário Schreiner, presidente do Sistema Faeg/Senar/Ifag e vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a reforma tributária poderá prejudicar de forma significativa o agro por impor o que ele classifica como dupla tributação.
“Ao vendermos nossos produtos, teremos incidência de impostos diretos de 27%, 28%, fora depois a declaração do Imposto de Renda. É um assunto extremamente importante, talvez o mais importante que nós temos hoje de debater”, disse.
Sobre o Plano Safra, Schreiner disse que o governo ainda não fez nenhuma sinalização e que a CNA já percorreu o país coletando informações sobre prioridades, que serão levadas ao governo federal.