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Tem estado com previsão de produzir 222% mais soja nesta temporada

Em contrapartida, apenas um estado irá registrar queda na produção de soja e ele não está no Nordeste

Daniel Popov, de São Paulo
Como não falar sobre a produção de soja do Brasil quando diariamente novos relatórios são lançados e todos com aumentos substanciais em suas perspectivas? Desta vez o órgão oficial do governo para estes levantamentos, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que normalmente é mais conservador, também considerou que o país irá ultrapassar a casa das 110 milhões de toneladas na temporada 2016/2017. Mas, o que chamou a atenção foi o resultado de alguns estados que podem terminar a safra com uma produção 222% maior.

A safra 2015/2016 já era para o Brasil ultrapassar a marca das 100 milhões de toneladas de soja, mas o clima inviabilizou isso e trouxe uma quebra imensa. Neste ano, o clima se redimiu e ajudou os agricultores brasileiros. O resultado pode ser uma produção total 15,4% maior. Ou seja, passando de 95,6 milhões de toneladas para pouco mais de 110 milhões de toneladas, apontou o levantamento da Conab. Lembrando que a área plantada se manteve praticamente estável, e que este avanço foi puxado pelo avanço na produtividade.

mais milho

O resultado mais impressionante foi registrado no Piauí. Por lá a área saltou de 565 mil hectares do ano passado, para pouco mais de 693 mil, alta de 22%. O clima favorável fez com que a produtividade média saltasse de 19 sacas (lembrando que este foi um dos estados mais castigados pelo clima no ano anterior), para mais ou menos 50 sacas na média, elevação de quase 163%. Isso tudo resultou na maior safra já registrada por lá, com mais de 2 milhões de toneladas, 222% maior que a safra anterior.

“A colheita da soja está em sua fase final, com cerca de 20% da área já realizada e as demais áreas encontram-se nas fases de frutificação (10%) e maturação (70%). O período crítico de incidência de pragas já passou, e as lavouras apresentam excelentes condições de desenvolvimento com as primeiras áreas já colhidas, evidenciando produtividades acima da média dos últimos anos”, destacou o levantamento da Conab.

Mais próximo a realidade foi o aumento de 65% da produção no Tocantins, passando de 1,6 milhão de toneladas, para 2,7 milhões neste ano. O Maranhão apareceu na sequencia com incremento de 62% no volume colhido, apesar dos 14% de redução na área, chegando a 2 milhões de toneladas. “A forte redução da área, constatada na atual pesquisa, foi mais acentuada no município de Tasso Fragoso. Estima-se que a metade das lavouras de soja já foram colhidas, enquanto 24% encontram-se em maturação, 10% estão em enchimento de grãos e floração e apenas 6% ainda permanecem no estádio de desenvolvimento vegetativo”, relatou o levantamento.

Em resumo, a Conab está prevendo que a região Nordeste ampliará sua produção em 75%, seguida pela Norte com quase 40%.

Para não dizer que tudo são flores, um único estado terá diminuição na produção de soja nesta safra, Minas Gerais. Está certo que por lá a área cultivada foi 0,9% menor que a anterior, e a produtividade também não foi muito bem. “Projeta-se uma produtividade média de 52,6 sacas por hectare, inferior em 2% à safra anterior, por conta da estiagem verificada especialmente na região noroeste, entre meados de dezembro e janeiro de 2017, que atingiu as lavouras na fase de granação. Espera-se alcançar uma produção de 4,5 mil toneladas, apresentando redução de 2,9% em relação a 2016. A colheita já ultrapassou 80% da área plantada e deverá se estender até o início de abril”, comentou a Conab.

Outro importante órgão que também reviu para cima suas perspectivas sobre a safra de soja foi o Departamento Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Sua projeção para a colheita de soja no Brasil na temporada 2016/2017 é de 111 milhões de toneladas. Além da elevação da safra brasileira o USDA também ampliou a previsão para a Argentina, aumentada em 500 mil toneladas, para 56 milhões. Segundo o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, do Safras & Mercado, estas altas tem pressionado as cotações da soja para baixo. “É complicado prever algo em relação aos preços agora. Não há fundamentos que mostrem alguma recuperação para os preços. Será um ano complicado para as negociações de soja”, alertou ele.

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