Temperaturas elevadas e boa cotação favorecem a produção de pepino em Minas Gerais

Calor colabora para melhor qualidade do produto, contribuindo para valorização no mercadoOs produtores de pepino de Minas Gerais estão iniciando um novo período de plantio em momento de boa cotação da hortaliça e com o calor, registrado nesta época do ano, que auxilia para os trabalhos. A colheita do ciclo que se inicia deverá ser realizada em meados de outubro e a expectativa é de que o mercado de pepino continue favorável.

De janeiro a julho de 2011, o Estado colheu 15,4 mil toneladas de pepino.  Um crescimento de 27,2% em relação ao mesmo período do ano passado, informa a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

? Quanto mais elevada for a temperatura neste inverno, maiores serão as possibilidades de aumento da safra, com produtos de alta qualidade e mais valorizados ? prevê o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria, João Ricardo Albanez.  

No município de Mateus Leme, região central de Minas Gerais, os produtores cultivam pepino em 15 hectares e estão apostando que o clima vai possibilitar uma colheita maior que a registrada nos primeiros seis meses deste ano, que foi de 600 toneladas. Com este volume, Mateus Leme ocupa o terceiro lugar na produção estadual, atrás de Uberlândia e Araguari, com 1,2 mil e 660 toneladas, respectivamente.   

De acordo com o extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Afrânio Nogueira, os produtores do município, em sua maioria agricultores familiares, destinam o maior volume do pepino de suas lavouras à Ceasa Minas de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele explica que uma parte é transportada para outros mercados, como São Paulo. Isso ocorre atualmente porque os paulistas tiveram problemas nas lavouras em razão do frio e não podem recorrer à produção de Santa Catarina, que também teve perdas pela mesma razão.

O agricultor Marcos José de Andrade faz parte do grupo de produtores de Mateus Leme que já iniciaram o cultivo. Ele vai ocupar três hectares na Fazenda Funil com pepino, e a expectativa é colocar o produto no mercado com antecedência para garantir um preço melhor.

? Na safra 2010/2011 conseguimos preços entre R$ 13 e R$ 15 para a caixa de 20 quilos colocada na Ceasa. Já o custo de produção por caixa foi da ordem de R$ 7 ? diz Andrade.

O agricultor concorda que o lucro de quase 50% estimula a produção, mas ele prefere diversificar e aproveita ao máximo o espaço na lavoura cultivando também abobrinhas, tomate e pimenta.

? Esses produtos sempre ajudam na formação da renda ? acrescenta o produtor.    

A valorização do pepino tem estimulado também o cultivo na Fazenda Bueno, de Ademilson Ferreira dos Santos.

? Na safra passada a procura foi muito grande e o preço da caixa colocada na Ceasa alcançou até R$ 15 ? diz o agricultor.

A exemplo da maioria dos agricultores do Mateus Leme e da região central do Estado, Ademilson concentra suas entregas na Ceasa de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Em 2010, o entreposto recebeu 12,3 mil toneladas de pepino e neste ano já registrou a entrada de um volume em torno de 7,5 mil toneladas.    

Ademilson também cultiva outras hortaliças, principalmente a berinjela, e atende compradores inclusive de outros Estados, como São Paulo.

? A produção da hortaliça nas lavouras paulistas sofreu queda e, por isso, a cotação do produto alcança atualmente R$ 20 a caixa de 13 quilos ? informa.

De acordo com o produtor, isso vem contribuindo para a melhoria da renda dos agricultores do município.