A última semana foi mais um período de pouca chuva. Com isso, a situação da estiagem sobre o Meio-oeste não se alterou. Os maiores volumes de chuvas ainda se concentraram no sul e leste dos Estados Unidos e a previsão é que os próximos dias ainda sejam secos e quentes, o que deve prejudicar ainda mais a fase final das lavouras.
>>Lavouras de soja e milho dos EUA apresentam muita irregularidade
A temperatura deve ser outro fator que agravará ainda mais a condição de estiagem, já que para esta semana o forte calor do verão deve predominar sobre as lavouras de grãos dos Estados Unidos. Os termômetros no período da tarde devem variar entre 35°C e 40 °C nos Estados do Meio-Oeste.
Já em relação ao frio, que poderia representar um risco maior de geadas para as lavouras de soja e milho, pelo menos até a primeira semana de setembro não deve ocorrer. Mas como o verão termina no fim do próximo mês e a safra norte-americana ainda não terá sido colhida, os agricultores dos Estados Unidos ainda convivem com a possibilidade de frio extremo trazer mais prejuízos.
Empresas especulam sobre prejuízos na produção
Nesta quarta, dia 28, o diretor presidente da empresa de alimentos JBS, Wesley Batista, disse não acreditar que o clima seco nos Estados Unidos afete o rendimento das lavouras de milho do país. Durante o Salão Internacional da Avicultura (SIAV), em São Paulo, ele disse que o milho norte-americano está em sua fase final de desenvolvimento, o que reduz o risco de perdas.
– Não acreditamos que o milho seja afetado por essa questão. Para a soja, o cenário é um pouco mais complicado, porque o plantio do grão foi mais tardio. Então, depende mais do clima das próximas semanas – destacou.
No que tange a preços, Batista avalia que a situação é confortável.
– Os próximos vencimentos dos contratos futuros de milho ainda estão abaixo do US$ 5/bushel, que é razoável se compararmos que eles já estiveram em US$ 7 e US$ 8/bushel – explicou.
Já o diretor vice-presidente de Finanças, Administração e Relações com Investidores da BRF, Leopoldo Saboya, considera prematura qualquer avaliação neste momento de possíveis perdas na produção de milho norte-americana.
– Estamos na fase de especulação em cima do clima (weather market, na expressão em inglês) e ainda diante de uma boa safra norte-americana e mundial.