Agronegócio

Tereza Cristina: 'Dependência do agronegócio brasileiro com a China preocupa'

Para a ministra, embora o Brasil tem "tirado proveito, no bom sentido" dessa relação comercial, é importante diversificar a pauta de exportações com a China e com outros países

Tereza Cristina, ministra da Agricultura
Foto: Carlos Silva/ Ministério da Agricultura

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, comentou sobre a forte relação comercial entre Brasil e China, principalmente na exportação de soja, em “live” promovida na tarde da última Sexta-feira, 5 pela MZR Consultoria.

“Até me preocupa um pouco a dependência que o Brasil tem da China na exportação de soja, sobretudo nos últimos anos”. Segundo ela, quando o comércio entre Estados Unidos, grande fornecedor de soja para a China, e o gigante asiático estremeceu, o Brasil ocupou esse espaço, “porque não tem outro país para exportar o volume que a China adquire. Ou é o Brasil ou são os Estados Unidos.”, afirmou a ministra.

Para a ministra, embora reconheça que o Brasil pode e tem “tirado proveito, no bom sentido” dessa relação comercial, é importante diversificar a pauta de exportações com a China e com outros países, mas reduzir essa dependência. “Já discutimos, por exemplo, com a China a abertura um pouco maior para o nosso farelo de soja”, citou.

“E também conseguimos certificado para exportar farelo de algodão para lá. Abrimos este mercado, mas ainda estamos terminando a regulação dele. Do melão também.” Ela disse acreditar, entretanto, que “nunca é bom colocar todos os ovos numa só cesta”.

“O Brasil pode se beneficiar [do comércio com a China], mas temos de ter cuidado”, continuou. “Assim como a China não pode se tornar dependente de um único mercado fornecedor, o Brasil também tem de procurar novos mercados. Essa dependência é ruim para os dois lados.”