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Tereza Cristina não se esquiva e responde a todas as reivindicações dos produtores

Representantes do agronegócio questionaram a ministra da Agricultura sobre Funrural, crédito, seguro, infraestrutura e tabela de frete

José Florentino, de São Paulo
A primeira visita oficial da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, foi à Abertura Nacional da Colheita da Soja, em Apucarana (PR). Durante sua participação, ela respondeu perguntas importantes do setor produtivo sobre Funrural, tabela de frete, crédito rural, seguro e infraestrutura rodoviária.

Seguro e crédito

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz, falou pouco antes da ministra sobre as condições enfrentadas pelos agricultores do país. “Passei por várias lavouras e muitos produtores registram perdas irreversíveis. Temos um seguro rural que cobre poucas áreas, cerca de 14% de todas lavouras estão cobertas”, afirma.

A ministra da Agricultura afirmou que o desenvolvimento de um seguro rural “democrático e amplo” marcará o governo Bolsonaro.

Braz reforçou que são necessárias política públicas para lidar com isso, pois “os produtores atingidos não conseguirão pagar os investimentos de custeio, nem se quisessem”.

Tereza Cristina afirma que haverá recursos para os agricultores atingidos pela seca. “Por enquanto, não serão generalizadas, mas estamos conversando com o Banco do Brasil e os sistemas de crédito cooperativos para estarem presentes neste momento de aflição”.

De acordo com o presidente da Aprosoja Brasil, outro ponto problemático é falta de recurso financeiro. Sobre isso, a ministra disse que há uma notícia boa e outra ruim. “A positiva é que o dinheiro subvencionado acabou porque o sistema financeiro agilizou a liberação e os produtores tomaram os empréstimos. O negativo é que esse volume não foi suficiente”.

Mas o secretário de Política Públicas do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, está ajudando nas negociações para conseguir crédito, que, a princípio, atenderá pequenos e médios produtores, disse a ministra. “É uma mudança. Antigamente, sobrava e era repassado para os maiores”, conta Tereza.

Já os grandes agropecuaristas devem ter novidades em breve também: “Estamos tentando uma modalidade livre, com juros menores do que 10%. Não podemos mais contar com dinheiro apenas do governo”, afirma.

Infraestrutura e logística

O presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), Alceu Moreira, ressaltou que o Brasil precisa de planos de longo prazo e que sejam encarados como estratégias de estado, não de governo. “O produtor não pode construir um armazém crendo em uma estrada e o governo seguinte assumir e simplesmente deixar para lá”, enfatiza.

Bartolomeu Braz concordou que a melhoria infraestrutura também é essencial, pois “os sojicultores precisam tirar essa dependência das rodovias. Aumentem as opções ferroviárias e hidroviárias para nos ajudar”, diz.

Tereza Cristina esclareceu que os ministros de Jair Bolsonaro têm conversado bastante para encontrar pontos em comum, de forma a economizar verba pública.

“Está para ser lançado um ‘plano safra da infraestrutura’ para atender aqueles pontos em que, todo ano, há problema. Para, já que não é possível resolver tudo de uma vez, pelo menos minimizá-los”, diz a ministra.

Impasse da tabela de frete

A ministra da Agricultura disse o tabelamento de pisos mínimos para os preços do frete rodoviário nunca vai conseguir ser justo. Leia mais!

Funrural

Durante a participação de Tereza Cristina, o setor produtivo se mostrou confiante com o novo governo. “O presidente Bolsonaro é ferrenho defensor da classe. Não tem uma vez em que ele não fale sobre o setor e a parceria que tem e quer continuar. Ele está fazendo o possível para cumprir sua promessa de campanha sobre o Funrural”, conta a ministra.

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