Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Termina em setembro vazio sanitário da soja em 10 estados brasileiros

Estratégia foi adotada para prevenir a ferrugem asiática nas lavouras de soja; pesquisadores da Embrapa dão mais orientações para lidar com essa doença da cultura

Com o fim do vazio sanitário da soja em 15 de setembro nos Estados do Mato Grosso, do Paraná, do Mato Grosso do Sul, de São Paulo, de Rondônia e de algumas regiões do Pará, o produtor pode planejar a semeadura da soja da safra de verão. O vazio sanitário é período de ausência de plantas vivas de soja no campo. Essa estratégia foi adotada para reduzir a quantidade de esporos do fungo causador da ferrugem-asiática da soja durante a entressafra e, dessa forma, reduzir a possibilidade de incidência precoce da doença.

• Vazio sanitário é importante na prevenção de pragas e ajuda a reduzir custos

A ferrugem da soja, introduzida no Brasil na safra 2001, tem gerado um custo anual para seu controle de aproximadamente U$ 2 bilhões, conforme levantamento do Consórcio Antiferrugem. O cálculo leva em conta que cada pulverização de fungicida custa para o produtor, em média, US$ 35 por hectare e que, na última safra, foram realizadas aproximadamente três aplicações de fungicidas em cada lavoura.

A pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, explica que um padrão recorrente da ferrugem da soja nas últimas safras é o início das primeiras ocorrências da doença, a partir de dezembro e aumento significativo a partir de janeiro.

– A evolução rápida da doença em janeiro está associada ao aumento da multiplicação do fungo nas primeiras semeaduras e também às chuvas mais regulares a partir de dezembro, o que favorece a incidência do fungo – comenta Cláudia.

A pesquisadora aponta como um problema para o controle da ferrugem a menor eficiência dos fungicidas, o que está associado à resistência ou menor sensibilidade de fungos a fungicidas.

– Populações de fungos menos sensíveis a fungicidas já estão presentes no conjunto de populações existentes na natureza, mesmo sem nunca terem sido expostas ao mesmo. Esta é uma resposta evolutiva natural dos fungos a uma ameaça externa para sua sobrevivência, nesse caso o fungicida – explica.

Por isso, o produtor deve estar atento para a eficiência dos fungicidas em função da mudança de sensibilidade do fungo, buscando resultados de pesquisa atualizados. Nas semeaduras tardias deve utilizar produtos com maior eficiência e sempre que possível rotacionar aplicações de misturas comerciais com ativos de diferentes grupos.

– A rotação de produtos é uma forma de atrasar a seleção de populações do fungo menos sensíveis/ resistentes – diz.

A pesquisadora aponta ainda como estratégias de manejo recomendadas para o manejo da ferrugem a utilização de cultivares de ciclo precoce e semeaduras no início da época recomendada para evitar a pressão do fungo no ambiente. Também é recomendado o monitoramento da lavoura desde o início do desenvolvimento da cultura, assim como a utilização de cultivares com genes de resistência.

Implantação da lavoura

De imediato, uma questão importante são os cuidados com a dessecação das plantas daninhas ou mesmo das culturas utilizadas como cobertura verde (aveia, nabo, braquiária).

– Se o produtor tiver braquiária no campo, por exemplo, é necessário realizar a dessecação ao menos três semanas antes de semeadura para que a palhadada se enfraqueça e favoreça a semeadura e a emergência da soja – explica o pesquisador Osmar Conte, da Embrapa Soja.

O pesquisador também orienta sobre a necessidade de fazer a manutenção das máquinas como, limpeza de filtros e adequação das pontas e bicos utilizados nos pulverizadores de acordo com uso do herbicida. No caso da semeadora, a manutenção antes do início da safra também é fundamental.

– É preciso substituir as peças que apresentam desgaste em função da safra anterior ou por oxidação, como aquelas que entram em contato com fertilizantes – diz Conte.

Em muitos casos, as semeadoras são desmontadas parcialmente na entressafra, mantendo peças que tem contato com o fertilizante, em banho de óleo para prevenir a oxidação.

– Neste momento que antecede a semeadura, é realizada a remontagem da semeadora, ainda no galpão. Antes da semeadora ir ao campo orientamos que se façam todos os ajustes prévios para garantir maior eficiência na instalação da lavoura, evitando paradas desnecessárias – reforça Conte.

 

EMBRAPA SOJA

Sair da versão mobile