Verduras e legumes crescem onde antes havia muito lixo. Os moradores tiram o mato, regam, cuidam com carinho dos pequenos lotes. No Parque Ouro Branco, na zona Lesta da cidade, a horta se transformou em um oásis.
? A região estava sendo usada muito por menores infratores. Foi bom porque as famílias estão unidas, todos trabalham unidos. Eu, que não gostava de mexer na terra, hoje gosto de plantar, de colher. Acho muito bonito e é bom para tirar o estresse de todos nós ? afirma a presidente da Associação de Moradores do Parque Ouro Branco, Magna Souza Batista.
A prefeitura cede as primeiras mudas e o adubo orgânico para a implantação das hortas, depois tudo fica por conta dos moradores. Como muitos nasceram no campo, a horta também representa uma nostálgica lembrança.
? Eu saí do campo aos 18 anos e a minha vida na cidade teve muitas voltas, inclusive no rádio, no qual militei por quase 30 anos. A horta não é um fim lucrativo, é o fim de uma terapia que a gente faz no dia a dia ? diz o radialista Pedro Massacani.
O adubo natural deixa os produtos mais saudáveis, quase um privilégio na mesa de muitas famílias do bairro.
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? Isso aqui para nós é uma riqueza e tem matado a fome de muitas pessoas. O nosso intuito aqui é matar a fome mesmo ? afirma o presidente da Horta Comunitário do Parque, Amaro Barbosa da Silva.
Todos podem vender o que não consomem em casa. Em outra horta, no Jardim Vale Verde, também na região Leste, 50 famílias cultivam mais de 20 produtos.
O programa existe há dois anos. O primeiro passo é o interesse da comunidade, que indica uma área no bairro, de preferência com uma nascente própria.
Por enquanto são 22 hortas comunitárias em Londrina, a maioria delas em terrenos da prefeitura. A idéia é que a própria população administre o espaço, o que pode ser um grande exercício de união e cidadania.
