Texto do Código Florestal aprovado na Câmara é alvo de críticas de senadores

Um dos relatores na Casa, Luiz Henrique da Silveira afirmou que os deputados não cumpriram palavra dadaO texto do novo Código Florestal Brasileiro aprovado pelos deputados na quarta, 25, foi criticado pelos senadores na sessão plenária nesta sexta, dia 27. O projeto da Câmara encaminhado para sanção presidencial altera o texto elaborado pelos senadores. Relator da matéria no Senado, Luiz Henrique (PMDB-SC) iniciou as sucessivas declarações condenando a atitude dos parlamentares. Segundo ele, toda a tramitação do projeto no Senado contou com a participação dos deputados, principalmente da bancada

Luiz Henrique frisou que os deputados não cumpriram a palavra dada durante o processo de construção do acordo no Senado.

— A palavra empenhada sobre um assunto, sobre uma matéria, deve ter a força da Bíblia ou de uma enciclopédia, deve ter o peso de uma verdade histórica.

O parlamentar que relatou a matéria em conjunto com o senador Jorge Viana (PT-AC) destacou que “não houve uma vírgula” do texto debatido no Senado que deixasse de contar com o aval dos técnicos da Frente Parlamentar de Agricultura da Câmara.

Segundo ele, sua frustração aumentou quando viu os mesmos técnicos formularem alguns dos dispositivos alterados pelos deputados.

O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que a Casa “ficou profundamente estupefata” com a decisão tomada pela Câmara dos Deputados. Para o petista, o que os parlamentares fizeram na Câmara foi “mutilar” uma proposta construída tanto dentro do Legislativo quanto ouvindo representantes do Executivo e representantes do setor.

Pedro Simon (PMDB-RS) não acredita que a presidente Dilma Rousseff mantenha o texto aprovado pela Câmara.

— Ela vai mostrar a posição do Brasil, e não a da Câmara dos Deputados, perante a Conferência da Rio+20. Ela vai aparecer na Conferência da Rio+20, mostrando o pensamento da sociedade brasileira.

Ele dá como certo o veto presidencial e a retomada das propostas construídas durante as negociações no Senado.

Na votação da noite de quarta, os deputados retiram do texto, por exemplo, a possibilidade de o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vetar a emissão de documento de controle de origem da madeira explorada em estados que não integram o sistema nacional de dados sobre a extração. Outro ponto rejeitado foi interrupção temporária de atividades agrícola ou pecuária em no máximo cinco anos até 25% da área produtiva.

A exigência de planos diretores dos municípios, ou leis de uso do solo, observarem os limites gerais de áreas de preservação permanente (APPs) em torno de rios, lagos e outras formações para proteção em áreas urbanas e regiões metropolitanas, acordadas pelos senadores, foi outro ponto excluído da proposta pelos deputados.