Segundo Aprosoja-TO, 2,5 mi hectares de pecuária podem migrar de cultura. Especialista alerta para correções no solo antes da mudança
Fernanda Farias | Tocantins
O Tocantins pode aumentar em 2,5 milhões de hectares a área de cultivo de soja nos próximos oito anos. Pelo menos essa é a expectativa da Associação de Produtores do Estado (Aprosoja-TO). Especialistas afirmam que as áreas novas precisam de uma boa preparação no solo, para garantir o máximo de produtividade. Atualmente a área plantada é de 828 mil hectares. Se ocorrer, a produção será em 3,32 milhões de hectares, quatro vezes mais.
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Marco Abrão está no Estado há um ano. Ele produzia na Bolívia e no Paraná, agora decidiu se aventurar na região, produzindo em 1200 hectares. Por ser um período de adaptação, ele vai perder um pouco de produtividade por causa de doenças que ele não esperava.
– Eu vim de uma região em que o nematoide não fazia mal. A media desse lote vai fechar em 48 sacas. Estou gostando muito da região. Vamos melhorar na próxima safra, variedade diferente, produtos também, vamos ver no que vai dar – afirma Abrão.
Só na região sul de Tocantins, onde Marcos Abrão planta, a área cultivada aumentou 100 mil hectares nos últimos cinco anos. Em todo o Estado, 10% das lavouras estão no primeiro e segundo ano de plantio. Esse crescimento deve continuar nos próximos oito anos, na avaliação da Aprosoja-TO.
– Área de abertura (de lavoura de soja) precisa de investimento. A região vinha de uma pecuária muito degrada para produção de soja. Para essa área virar lavoura, tem um custo alto para o produtor. O momento da soja vai ditar esse ritmo, se fala em 2,5 milhões de hectares aptos para agricultura que estão na pecuária – explica o vice-presidente da associação, Maurício Buffon.
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As primeiras medidas que o agricultor precisa tomar são em torno da análise do solo. A calagem e a fosfatagem, especialmente. Segundo o consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann, a aplicação do calcário deve ser feita em época de chuva e, no mínimo, três meses antes da semeadura. O solo pode demorar até dois anos para reagir ao produto.
– Existem algumas situações em que, no primeiro ano, o agricultor consegue colher dentro da média nacional, de 50 sacas por hectare. Na maioria dos casos, não consegue atingir exatamente pelo efeito do calcário, por não ter reagido no solo. Além da calagem, nós devemos fazer a fosfatagem, porque esses solos daqui são pobres de fósforo – orienta Lantmann.
Na propriedade Nilton Grosso, houve todos esses cuidados, 600 dos 1400 hectares são de novas áreas e estão no segundo ano de plantio. Na safra passada, o excesso de chuva favoreceu o aparecimento de doenças, ele colheu 33 sacos por hectare. Hoje, o potencial é de 55 sacos.
– Acho que está dentro do esperado, mas, pelo veranico de 17 dias, poderia ser melhor – comenta.
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