Totvs aposta em aplicativos para médios e grandes produtores de grãos

Empresa de tecnologia apresentou novos aplicativos e mostrou quer alcançar diretamente os agricultoresDurante evento em São Paulo nesta terça, dia 16, a empresa de tecnologia Totvs apresentou novos produtos e mostrou que o agronegócio é uma das apostas para 2015. Entre os aplicativos lançados, a multinacional desenvolveu um sistema de gestão da lavoura, que auxilia desde o planejamento até o manejo de pragas, fornecendo dados em tempo real.

A ferramenta lançada, chamada de Smart Analytics para Agroindústria, proporciona a visualização de todas as etapas de gestão de uma lavoura, para que o agricultor consiga utilizar dados concretos na tomada de decisão.  O aplicativo oferece indicadores prontos, que necessitam apenas de informações específicas da produção, como a área plantada, os agroquímicos e insumos utilizados, por exemplo.

O diretor de agroindústria da Totvs, Fábio Girardi, explica que o objetivo é atrair outro perfil de usuário: o produtor de grãos. Atualmente a empresa é líder de mercado em softwares para indústrias do setor sucroenergético, com quase 60% de participação. Agora, o desejo é diversificar o cliente, chegando ao produtor que cultiva de 500 até dois mil hectares. A crise no setor da cana também motiva a mudança no direcionamento.

– Já temos uma participação grande no mercado sucroenergético e queremos diversificar. Apostamos na mobilidade das nossas soluções para alcançar o produtor. Mesmo que o produtor não use a agricultura de precisão, nossos softwares conseguem oferecer dados importantes para o produtor. Queremos levar gestão para as propriedades, ajudando no crescimento do setor – explica.

O gerente da Coopeavi, Fábio Braga, explica que a adoção de tecnologia precisa de uma mudança de visão do produtor. A coorperativa com mais de 10 mil cooperados no Espírito Santo e Minas Gerais, adotou aplicativos para gestão de caixa e estoque há quase uma década. Braga lembra que o ganho nem sempre é financeiro.

– Eu entendo que implantar uma tecnologia não é fácil. Quem pensa apenas como gasto, o risco de fracasso é maior. Nem sempre o ganho é em custo, às vezes o ganho é em gestão, você dominar todas as etapas – comenta o gerente da cooperativa.

Investimento

Para um produtor de médio a grande porte, com mais de mil hectares, o diretor de agroindústria da Totvs acredita que o custo para utilizar Smart Analytics é, em média, R$ 300,00 por mês, mais os equipamentos necessários. Para agricultores de menor porte, com propriedade de 500 a 800 hectares, o valor deve chegar a R$ 150,00 por mês.

– O produtor não terá muitos gastos com os equipamentos, já que as soluções são na nuvem. O investimento será em tablet, em média de R$ 500,00. Há linhas de financiamento no Plano Safra para cobrir a aquisição de softwares, é um dos nossos caminhos – lista Fábio Girardi.

O CEO da Mackensie Agribusiness, consultoria especializada em custos de produção, Carlos Araújo, aponta a tecnologia como caminho para redução de custos. Segundo ele, se bem usado, os aplicativos de gestão podem fazer um “pente fino” na lavoura, possibilitando ao agricultor corrigir erros nos processos de produção a tempo.

– O Brasil não tem cultura de planejamento de custo. Essas aplicações ajudam o produtor a definir um orçamento. Em cima disso, ele consegue trabalhar os gastos dele como se fosse o de uma residência. O produtor consegue trabalhar efetivamente para reduzir os custos – projeta Araújo.

Mercado agro

Também segundo dirigente da Totvs, o segmento agropecuário está em plena expansão na empresa, crescendo mais de 35% em cinco anos. Em 2014, a diretoria focada no agronegócio representou 4% do faturamento anual da Totvs, estimado em R$ 1,8 bilhão. A multinacional possui em seu portfólio aplicativos para gestão financeira, gestão de pessoal, beneficiamento de grãos e algodão, originação de grãos, gestão de estoques, manutenção de máquinas, entre outros.

Na palma da mão

A empresa de tecnologia também aproveitou o evento para apresentar um novo conceito de aplicativo. O software consiste em preencher etapas de produção apenas com gestos, sem precisar digitar ou mexer no mouse. O objetivo é permitir gestão de processos em áreas em que não se usa computadores a todo o momento, como manutenção de máquinas e trabalho manual. A expectativa é que produto entre no mercado até o final do ano.