A secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Carmem Foro, disse que o documento foi entregue a seis ministros. Nele também foram abordados os problemas causados pelos grandes projetos desenvolvimentistas do país.
? Ao mesmo tempo em que geram empregos, (as grandes obras) causam graves impactos ambientais. Esses projetos trazem vários problemas sociais, como a prostituição ? declarou Carmem.
O licenciamento ambiental também está na pauta de reivindicações como condição política para a garantia da produção das trabalhadoras rurais. De acordo com Carmem Foro, não é a agricultura familiar que tem causado os grandes problemas ambientais.
Outro ponto destacado pela representante da Contag está relacionado com as mortes no campo.
? Há uma disputa, principalmente pelos recursos naturais. Podemos ver como resultado disso os assassinatos (no campo) ? declarou.
Este ano a pauta da Marcha das Margaridas contempla sete eixos: biodiversidade e democratização de recursos naturais; terra, água e agroecologia; segurança alimentar e nutricional; autonomia econômica, trabalho e renda; saúde pública e direitos reprodutivos; educação não sexista, violência e sexualidade; democracia, poder e participação política.
Para Carmem Foro, o papel da organização de trabalhadoras é fazer pressão no governo para que mude a realidade das mulheres do campo.
? Não se trata de sensibilidade, se trata de compromisso político. Seja presidente mulher ou presidente homem, vamos continuar exercendo nosso papel ? frisou ela.
A comissão espera uma resposta do governo as sua reivindicações até agosto, quando ocorre a Marcha das Margaridas 2011.
? Estamos mobilizando cem mil mulheres para virem a Brasília nos dias 16 e 17 de agosto, e com expectativa de ter mudanças significativas ? falou.
Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, vários pontos da pauta de reivindicações referentes às políticas para mulheres já foram atendidos pelo governo.
? Estamos avançando no programa de documentação de mulheres trabalhadoras do campo, no Pronaf Mulher e na titulação de terras de mulheres chefes de família ? observou Florence.
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, disse que o governo vai analisar com atenção a pauta de reivindicações das trabalhadoras rurais.
? Vamos constituir um grupo de trabalho interno para fazer isso. Temos pouco mais de 30 dias (para avaliar a proposta) ? declarou a ministra.