Trabalhadores sem terra montam acampamento em frente à sede do Incra no Rio de Janeiro

Cerca da 200 trabalhadores se instalaram no local, localizada no centro da capital fluminensePelo menos 200 trabalhadores sem terra montaram, no início da tarde, um acampamento em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio de Janeiro, no centro da capital fluminense. Segundo Lívia Regina da Silva, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o ato pode ser considerado o início das manifestações programadas para esta quarta, dia 24.

Os trabalhadores rurais sem terra devem se concentrar durante a tarde, na Cinelândia, no centro do Rio, e se unir a outras categorias que já estão mobilizadas, como profissionais de educação, saúde, construção civil e servidores públicos. A pauta unificada de reivindicações inclui a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no Orçamento para a educação pública e gratuita e a realização da reforma agrária.

? A gente nunca viveu um período com tão poucas obtenções de terra. A gente precisa recolocar a reforma agrária na pauta central do governo, como alternativa para a organização da economia no país e a inclusão dos camponeses no campo ? afirmou Lívia Regina.

Segunda ela, no Rio de Janeiro, a última desapropriação de terra para assentamento foi feita em 2007.

Atualmente existem mil famílias acampadas no Estado, vivendo em habitações improvisadas com lona, principalmente em área públicas, aguardando a liberação de terras pelo Incra. A soma dos trabalhadores já contemplados pelo instituto no Rio chega a 2,5 mil famílias. Esses produtores são beneficiários do programa que prevê, por exemplo, crédito para produção em condições diferenciadas, e acesso à educação no campo e à infraestrutura.

? Se, hoje, você for a um acampamento nosso, você vê que não é essa a situação. Têm locais sem acesso porque a estrada é ruim, não tem ponte, não tem luz, as casas são, boa parte, de lona e madeira. A infraestrutura ainda é algo precário nos assentamentos ? ressaltou Lívia Regina.

Segundo a representante do MST, a reforma agrária envolve questões como um orçamento maior, o assentamento imediato das famílias acampadas e a estruturação dos assentamentos, com acesso a crédito e à assistência técnica.