O tráfego na BR-163, interrompido em diversos trechos não asfaltados no Pará por causa das chuvas, foi parcialmente desbloqueado na madrugada desta terça-feira, dia 28, informou em nota o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. A liberação ocorreu na pista do sentido Sul (para Mato Grosso), e a expectativa é que o tráfego seja liberado totalmente até a próxima sexta-feira, dia 3, caso as condições meteorológicas sejam favoráveis.
Os trabalhos se concentram num trecho de 37 km entre as comunidades de Santa Luzia e Bela Vista do Caracol. As equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) trabalham com apoio do Exército e da Polícia Rodoviária Federal. “A ação das forças de segurança mantém a ordem e as condições necessárias para que os materiais de reparo da rodovia cheguem aos pontos críticos e em volumes suficientes”. Elas cooperam, por exemplo, para desfazer as filas duplas de caminhões e permitir a passagem das equipes de manutenção.
O transporte de soja pela rodovia, principal atividade afetada pela condição da estrada, será discutido na próxima quinta-feira, dia 2, pelo ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, com um grupo de tradings (Amaggi, ADM, Cargill, Bunge e Cofco). “O objetivo será definir a estratégia logística que garanta a manutenção da trafegabilidade ao longo da rodovia durante o chamado inverno amazônico e o consequente escoamento da produção agrícola”, diz a nota.
Segundo o DNIT, os obras de asfaltamento da BR-163 estão 90% concluídas. Faltam 100 km de um total de 1.006 km. Mas, no ano passado, foram asfaltados apenas 20 km. Segundo técnicos, as condições climáticas dificultam o andamento da obra.
O DNIT informa que a meta é asfaltar 60 km este ano, entre eles o trecho onde ocorreram os pontos críticos. A conclusão de todo o asfaltamento é previsto apenas para 2018. O diretor-geral do Dnit, Valter Casimiro Silveira, irá ao Pará na próxima sexta-feira.
Exército
O Exército e a Polícia Rodoviária Federal do Pará chegaram ao local na tarde desta segunda-feira, dia 27. A primeira ação foi organizar as carretas caminhões em fila única, do sentido Sul do Caracol ao Parque Nacional de Jamanxim, já que muitas estavam em fila dupla impedindo o tráfego no trecho.
O tempo seco na região também tem colaborado com os trabalhos. Depois de 12 dias de chuva, não choveu nesta terça, situação que possibilitou o bom rendimento da equipe socorrista. Já foram retirados os excessos de atoleiros, além de realizada a abertura de plataforma e dreno.
Escoamento e prejuízo
Nesta segunda-feira, dia 27, a Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso, que representa cerca de 120 empresas do setor, estimou um prejuízo superior a R$ 2 milhões com os problemas enfrentados na rodovia. O diretor-executivo da entidade, Miguel Mendes, também lamentou a demora do governo federal para dar suporte humanitário à região.