Pelo menos cinco pessoas morreram no naufrágio de uma embarcação pesqueira em Balneário Piçarras, litoral norte do Estado. Outros dois tripulantes foram resgatados na manhã de domingo. Ainda há um desaparecido, que até a noite desse domingo, dia 22, não havia sido localizado pela equipe de busca dos bombeiros de Itajaí e Barra Velha.
Os irmãos Edson, Cláudio e Anderson Flores, acompanhados do primo Juarez Mafra e dos amigos Clóvis Schimidt e Gustavo Merine, saíram de Joinville na tarde de sábado, dia 21. O grupo alugou o barco do pescador Sérgio Luiz Vitcovski, na marina de Piçarras, e pretendia passar a noite em alto-mar na região do arquipélago de Tamboretes, a 40 km do local de onde partiram. Julcenir Rita Amaro, morador de Navegantes, acompanhou a equipe para ajudar na pescaria.
Por volta das 16h de sábado, a embarcação saiu com os oito tripulantes. Às 21h, Cláudio ligou para a família pedindo socorro porque o convés (parte interna do barco) estava sendo tomado pela água. Esse foi o último contato. Ainda à noite, bombeiros e pescadores saíram para localizar a embarcação, mas a escuridão dificultou as buscas.
Só com a ajuda do helicóptero Águia 2, da Polícia Militar de Joinville, houve o resgate na manhã de domingo. Segundo informações do Corpo de Bombeiros e da equipe da Marinha, seis tripulantes foram encontrados a 12 km das ilhas do Itacolomi e Feia. Da costa, a distância é de cerca de 20 km.
Edson e Gustavo estavam vivos. Clóvis, Cláudio, Julcenir e Sérgio morreram afogados. Os sobreviventes seguravam os corpos deles. Anderson foi localizado às 18h por pescadores, perto da Ilha de Itacolomi. Juarez não foi localizado. Segundo parente de um sobrevivente, todos estavam com coletes salva-vidas e abraçados.
As buscas foram encerradas às 19h e serão retomadas pela manhã desta segunda-feira, quando também será aberto o inquérito para apurar as causas do naufrágio pela Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí. Conforme o comandante, o capitão Edilson Vieira Salles, serão ouvidos familiares a quem as vítimas contataram e coletadas informações sobre a embarcação para apurar as causas das mortes. O motivo do naufrágio não foi apontado, mas, como o casco era chato, existe a possibilidade de um rasgo feito por pedra ou banco de areia. Também ventava muito na região na madrugada de domingo.
A mulher do dono do barco, Maria José Vitcovski, disse que a embarcação era legalizada e que o marido possuía as autorizações e a estrutura necessária para trabalhar com a locação do barco de pesca.
? O barco tinha coletes suficientes, rádio, sonda, todo o material necessário. Não sabemos como isso aconteceu ? afirmou.
Foi a primeira vez do grupo em alto-mar
A noiva de Gustavo Merine, um dos sobreviventes, Caroline Lissaraça, tentava acalmar outras famílias. Abatida pela noite maldormida, afirmou que os amigos tinham o hábito de pescar em terra, mas nunca tinham saído para o alto-mar. Como o tempo estava instável nas semanas anteriores, eles adiaram o passeio duas vezes até se decidirem por este final de semana.
? Quando ligaram avisando que o barco estava afundando, viemos todos para cá. Graças a Deus, meu noivo está vivo, mas a gente sente muito pelos outros ? lamentou.
Junto aos corpos, os bombeiros encontraram documentos, talões de cheque e dinheiro das vítimas. O barco afundou sem deixar vestígios.