O B20, grupo de diálogo formado por empresas e associações empresariais dos países do G20, apresentou recomendações fundamentais para promover uma transformação significativa nos sistemas alimentares globais.
A proposta, desenvolvida pela força-tarefa de sistemas alimentares e agricultura sustentável do B20 Brasil, visa enfrentar os desafios ambientais e sociais impostos pelas práticas atuais de produção e consumo de alimentos. Esse documento será apresentado como subsídio ao grupo de trabalho da agricultura do G20 no Brasil, que se reúne de 10 a 13 de setembro na Chapada dos Guimarães (MT).
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Entre as principais recomendações, está o fortalecimento do sistema de comércio agrícola multilateral, centrado na Organização Mundial do Comércio (OMC). A medida busca eliminar barreiras comerciais que distorcem o mercado e promover práticas agrícolas sustentáveis globalmente. A OMC deve liderar esse esforço, garantindo um comércio inclusivo e baseado em regras, enquanto facilita a adoção de práticas que assegurem a segurança alimentar, ressalta o relatório.
Outra recomendação importante é o desenvolvimento de modelos inovadores de financiamento. O objetivo é garantir a alocação de capital suficiente e eficiente para permitir uma transição rápida e em larga escala para sistemas alimentares sustentáveis. Isso inclui a monetização dos serviços ecossistêmicos fornecidos por práticas agrícolas regenerativas, como a maior resiliência ambiental e a redução de emissões de gases de efeito estufa.
Além disso, o B20 enfatiza a necessidade de fomentar o aumento da produtividade agrícola por meio da inovação. Para isso, a proposta defende a ampliação do acesso a novas tecnologias e assistência técnica agronômica, principalmente para países menos desenvolvidos.
“É fundamental que o setor produtivo adote tecnologias avançadas e sustentáveis, como a agricultura regenerativa e as biotecnologias, para enfrentar os desafios do clima e garantir a segurança alimentar global”, aponta o documento.
As recomendações do B20 visam, até 2030, reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa associadas ao setor agropecuário, aumentar a produtividade de forma sustentável e assegurar que a população global tenha acesso a alimentos seguros e nutritivos.
Esse conjunto de ações reflete a preocupação crescente com os impactos ambientais do sistema alimentar global e a necessidade de transformações que garantam a sustentabilidade e a segurança alimentar para as futuras gerações.
O CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, é a principal liderança da força-tarefa, da qual também fazem parte Marcela Rocha e Jason Weller (ambos da JBS), Agnes Kalibata (Agra), Greg Heckman (Bunge), Livio Tedeschi (CropLife), Lyu Jun (Cofco), Miguel Gularte (BRF), Pelerson Dalla Vechia (Grupo Roncador), Rodrigo Santos (Bayer), Ramom Laguarta (PepsiCo), Sanjiv Puri (ITC Limited) e Sulaiman Al-Rumaih (Salic).
Fiap 2024
O documento elaborado pelo B20 Brasil será apresentado e discutido no Fórum Internacional da Agropecuária (Fiap 2024), promovido pelo Canal Rural, no dia 9 de setembro, no espaço Cenarium Rural, em Cuiabá (MT).
Além disso, Tomazoni, Tedeschi, Dalla Vechia e Al-Rumaih integram no evento o painel “Os caminhos para a transformação dos sistemas alimentares (B20)”, abordando os pilares do documento elaborado pela força-tarefa.