A fazenda Inhumas está em processo de desapropriação. De acordo com o edital do Incra são 890 hectares. Com as benfeitorias, a propriedade foi avaliada em R$ 4,4 mil. A rotina parece normal, com os vaqueiros movimentando o rebanho. Porém, na entrada da fazenda estão 73 famílias acampadas.
A disputa começou em 2008 e, antes do MST, outro movimento ligado à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG) também estava reivindicando as terras. Para quem briga na justiça, a disputa se revela uma imposição em preço e motivo para desapropriar em nome da reforma agrária.
A desapropriação acontece no município que tem atualmente o quinto PIB Agropecuário do país, é o décimo produtor de leite, e terceiro maior produtor de milho. Mesmo neste cenário, há assentamentos que continuam improdutivos.
São mais de dois mil hectares em assentamentos que foram criados entre 2002 e 2005. A maioria dos assentados não tem casa nem energia elétrica. O secretário da Agricultura de Uberaba, José Humberto Guimarães, que trabalha com agronegócio há quase 50 anos, vem acompanhando esta situação de perto. Ele chama a burocracia do Incra de uma corrida de obstáculo. Para o secretário, a entidade é incompetente na hora de administrar os recursos.