O produtor Osvaldo Dante, de Cambé, no norte do Paraná, cuida da lavoura de soja e também dá atenção à de milho, mas ele está preocupado mesmo é com o trigo estocado até agora na cooperativa, e que significa dinheiro parado.
Segundo o Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Agricultura, 139 mil hectares de trigo estão colhidos. O Estado deve chegar a 3,1 milhões de toneladas, 55% da produção nacional. A Ocepar diz que a safra é recorde e o excedente do consumo dos paranaenses, de 2 milhões de toneladas, precisa ser vendido.
Para a Ocepar, o preço ao produtor hoje, de R$ 26,50 a saca, abaixo do preço mínimo, de R$ 28,80, transforma o governo federal em praticamente o único comprador do trigo, o que não é solução. Por isso, a decisão de Yeda Crusius, de baixar a alíquota do ICMS para ajudar o triticultor gaúcho a vender para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro não é a maior preocupação entre os paranaenses. E a Secretaria de Agricultura diz mais: a solução não vem em curto prazo.
O chefe regional do órgão, em Londrina, Gil Abelin, diz que as operações de Empréstimo do Governo Federal (EGF) alcançaram R$ 100 milhões com o trigo do Paraná. Mas o estoque alto das indústrias e o compromisso comercial com a Argentina deixam o mercado lento.