Após uma safra recorde em 2022, quando o Rio Grande do Sul liderou a produção nacional de trigo com 6,4 milhões de toneladas, a safra 23/24 enfrenta desafios climáticos, resultando em uma quebra de quase 30%. A expectativa de produção de 5,2 milhões de toneladas foi comprometida, e as cooperativas estimam a perda especialmente devido à significativa redução da produtividade, de uma média de 3.021 kg/ha para 2.164 kg/ha. O pH também ficou abaixo do ideal, com uma média inferior a 76, quando o recomendado é acima de 78.
Na região de Santa Rosa, apenas 24% da cultura apresenta qualidade considerada boa para a indústria. Em áreas como São Gabriel, as perdas ultrapassam 50%, e na região de Ijuí, 80% do trigo não atingiu a qualidade esperada.
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O excesso de chuva durante a colheita agravou a situação, impactando na qualidade e na comercialização do trigo. O produtor Alisson Juswiak, de Ijuí, destaca a safra desafiadora sob a influência do El Niño, com mais de 1.500 mm de chuva de setembro a novembro, favorecendo o surgimento de doenças e dificultando a colheita.
Com 1,5 milhão de hectares plantados neste ciclo, o custo de produção foi, em média, de 60 sacas por hectare. No entanto, os produtores colheram apenas um terço disso, comprometendo os lucros. Entidades preveem que a próxima safra pode enfrentar uma redução na área plantada ou menor investimento por hectare, dada a desmotivação e falta de capital dos produtores.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destaca o desestímulo ao produtor para o próximo ano devido à safra menor e de baixa qualidade. O produtor Vitor da Rosa, de Garruchos, planeja reduzir a área de trigo em 50%, considerando os custos elevados e a incerteza climática para a próxima safra.
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