A primeira semana de abril encerrou com pequenos ajustes nos preços do trigo.
Em média, a base de compra no interior do Paraná ficou em R$ 1.253/tonelada, com recuo de 0,5% em relação à semana anterior. No Rio Grande do Sul, os compradores indicam uma média de 1.185/tonelada (sem alterações).
Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, o destaque da semana ficou por conta da volatilidade das cotações internacionais, gerada por incertezas em relação à safra nova do Hemisfério Norte e especulações sobre atrasos de embarque na Rússia.
O resultado disso foi que os preços do cereal russo, principal referência internacional, subiram 1,4% durante a semana.
Na Argentina, os preços não apresentaram alterações na semana, porém, no mês, acumulam ganhos de 7,1%. No mercado cambial, o dólar apresentou alta de 1% em relação ao fechamento da sessão anterior.
“As movimentações verificadas na semana não significam que haja uma inversão do teor baixista das cotações internacionais. Porém, servem para colocar os agentes do lado vendedor numa posição ainda mais defensiva. Os compradores, com estoques alongados, também seguem retraídos”, analisou Bento.
Trigo em Chicago
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços acentuadamente mais altos. O mercado foi impulsionado por relatos de que a Ucrânia conduziu um ataque com drones num campo aéreo russo.
A nova ação militar entre os dois países levou o contrato maio/24 ao maior nível desde 1º de março. A posição fechou a terceira semana de alta consecutiva, subindo 1,25% no último período.
Por outro lado, a falta de fundamentos altistas concretos fez com que as cotações se afastassem da máxima. A região do Mar Negro segue exportando volumes expressivos. Caso o conflito se intensifique, os embarques podem ser comprometidos.
Além disso, há rumores de atrasos nas cargas de exportação russas, incluindo remessas para o Egito. Os riscos climáticos no Hemisfério Norte e sinais de demanda pelo produto dos Estados Unidos seguem no radar.
De acordo com agências internacionais, as previsões de tempo quente na América do Norte chamam a atenção para a persistência da seca em algumas áreas, enquanto o déficit hídrico no sul da Rússia e as condições úmidas na França também criam preocupações iniciais sobre as lavouras.
No fechamento, os contratos com entrega em maio eram cotados a US$ 5,67 1/4 por bushel, alta de 11,00 centavos de dólar, ou 1,97%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em julho de 2024 eram negociados a US$ 5,81 3/4 por bushel, ganho de 10,25 centavos, ou 1,79% em relação ao fechamento anterior.