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ABCZ critica tentativa de demarcação de territórios indígenas em MS

Para a entidade, iniciativa é mal conduzida pela Funai e traz insegurança para a regiãoA Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) divulgou um manifesto em que demonstra preocupação com as portarias publicadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) no Diário Oficial da União, em julho. Os documentos visam a identificação de terras consideradas tradicionalmente indígenas em Mato Grosso do Sul.

Na avaliação da ABCZ, a forma como as demarcações de terra vêm sendo conduzidas pela Funai causam preocupação à população local “e o temor de que haja a tentativa de se impor ao Mato Grosso do Sul o mesmo processo deflagrado em Roraima com a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, com conseqüências econômicas e sociais desastrosas”.

Na nota oficial, a entidade defende uma ampla discussão sobre a demarcação de territórios indígenas no Brasil. A ABCZ contesta a tese de que a demarcação ocorre em áreas distantes e atinge apenas grandes propriedades rurais. “A condução dada até o momento aos processos de demarcação tem se mostrado uma ameaça real ao sistema produtivo nacional e aos direitos e interesses de milhões de brasileiros”.

Ainda de acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Zebu, a situação de insegurança criada em Mato Grosso do Sul afetaria as atividades de milhares de produtores rurais, com prejuízos para a produção agrícola de mais de 26 cidades. A entidade considera um agravante o fato da iniciativa da Funai atingir uma das principais regiões produtoras do país em meio a uma “crise de alimentos”.

“A ABCZ manifesta a sua solidariedade com as autoridades e as lideranças do Mato Grosso do Sul e de Roraima empenhadas na defesa dos direitos ameaçados pelas referidas ações e assinala a sua confiança de que é perfeitamente possível a discussão, a formulação e a execução no Brasil de uma política indigenista efetiva, isenta de ranços ideológicos e utopias, que promova a garantia dos direitos dos Povos indígenas sem desorganizar o sistema produtivo”, diz a nota.

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