Em uma carta, a direção da Mesa Redonda da Soja lamentou a saída da Abiove. Mas, para a entidade, as divergências tornaram inviável permanecer na organização internacional. A Abiove avalia que as discussões estavam distantes da realidade do setor no Brasil, principalmente do produtor.
A RTRS, sigla em inglês para a Mesa Redonda, pretendia por exemplo estabelecer o desmatamento zero e também não dava garantias de compensação financeira ao produtor que aderisse ao programa.
A saída da Abiove não foi a primeira por parte do Brasil. A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) já tinha se retirado. Com outras entidades do setor, as duas lançaram o programa Soja Plus, para promover o cultivo sustentável. O presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, ressaltou que existem divergências entre ambientalistas e o setor produtivo.
? Não há entendimento, por exemplo, entre as ONGs e o setor produtivo e, no caso, as indústrias. Elas querem colocar exigências severas para a produção só que não estão dando nenhuma contrapartida, não querem pagar nada a mais. Os ambientalistas, as ONGs, os movimentos organizacionais são importantes, mas também é importante que seja por critérios técnicos, por critérios sérios. Não dá se tomar uma decisão simplesmente por paixão, por emoção.
A direção da Mesa Redonda da Soja afirmou ainda que as portas estão abertas para a Abiove e convidou a entidade a participar da próxima reunião, marcada para 10 e 11 de maio, na Holanda. A Abiove informou que o convite já foi recusado.