Não é de hoje que as usinas pedem ajuda ao governo para estocar etanol durante a safra e vender na entressafra. As indústrias explicam que só assim conseguem driblar o “sobe e desce” dos preços.
Com este objetivo, no ano passado, o setor negociou com o governo a criação de uma linha de crédito para a estocagem. Mas de acordo com o BNDES menos de 10% disso foi emprestado. As empresas não ficaram satisfeitas com as regras do financiamento. Além disso, muitas usinas estavam endividadas e não conseguiram aprovação na hora de tomar o empréstimo.
O governo está repetindo a medida este ano. Vai disponibilizar pelo BNDES R$ 2,4 bilhões a juros mais baixos. De 11,25%, a taxa passou para 9% ao ano.
A linha está aprovada há quase 15 dias, mas ainda não chegou de fato às usinas por confusões de regras do próprio BNDES. A principio, o crédito seria destinado só a empresas nacionais, já que a lei brasileira não permite que bancos estatais emprestem dinheiro para capital de giro a empresas estrangeiras. Depois de um vai-vem de avisos e circulares publicadas pelo banco, a questão foi esclarecida nesta terça-feira.
Em nota, o BNDES explicou que, no caso do etanol, estocagem é considerada investimento e não capital de giro. Por isso, o empréstimo está disponível para empresas com capital de qualquer origem. O presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar, Marcos Jank, disse que a questão da linha de credito já está resolvida. Mas pediu rapidez na liberação dos recursos para as usinas.