A inflação dos alimentos no setor atacadista mais que dobrou de setembro para outubro (de 2,21% para 4,56%). O feijão é o grande destaque, e mostrou aumento de preços expressivo. No atacado, o preço do produto saiu de uma queda de 7,71% em setembro para um aumento de 43,03% em outubro.
? Houve perda de safra no mercado doméstico, e isso derrubou a oferta ? informou Quadros. Somente o feijão contribuiu com 0,38 ponto porcentual para a taxa do IPA (que mede a inflação atacadista e subiu 1,51% em outubro) ?
Para o especialista, a inflação das matérias-primas agropecuárias no atacado atingiu seu pico no IGP-10 de outubro, com taxa de 5,54%, bem acima da alta de 3,55% em setembro.
? Podemos esperar nas próximas divulgações uma desaceleração no avanço de preços agropecuários no atacado ? afirmou.
Os preços agropecuários mais caros no atacado levaram a um cenário de alta nos preços dos alimentos no varejo – originado de repasses de aumentos de preços do setor atacadista para o consumidor. Os preços dos alimentos saíram de uma queda de 0,05% para uma elevação de 1,07% de setembro junto ao consumidor. Isso impulsionou a arrancada da inflação varejista de setembro para outubro (de 0,11% para 0,55%).
Cerca de 70% do avanço dos preços do varejo de setembro para outubro teve origem no setor alimentação, de acordo com Quadros. No setor varejista, o feijão também aparece como destaque. Acabou a queda de preços do feijão carioquinha (de -9,67% para 17,72%) e houve aceleração na alta do feijão preto (de 0,58% para 5,48%) no mesmo período.
O especialista lembrou que há uma defasagem no repasse de aumentos de preços agropecuários no atacado para o varejo. Embora o auge do impacto dos aumentos agropecuários na inflação atacadista já tenha ocorrido, o mesmo não pode ser dito da influência dos aumentos de preços dos alimentos na inflação do varejo.
? Creio que o auge do impacto da inflação dos alimentos, no varejo, ainda não ocorreu, mas deve ocorrer ainda em outubro ? afirmou.