De acordo com o coordenador técnico de Cafeicultura da Emater, Marcelo de Pádua Felipe, a expectativa para esse ano é de bons preços.
? Devemos ter um período bem favorável em termos de preço porque regiões produtoras como Colômbia, Indonésia e o Vietnã tiveram problemas com chuvas e perda de safra. Com isso, o mercado hoje está pressionando as outras regiões produtoras para ofertar mais café, principalmente grãos de qualidade. E vai continuar faltando café porque hoje não existe disponibilidade do produto ? justifica.
O coordenador salienta ainda que, nos últimos 30 anos, havia estoque para atender as necessidades dos consumidores, mas hoje praticamente não existem mais. Nesse cenário, o mercado só pode contar com o que está sendo produzido. O Brasil, como maior produtor mundial, é o fiel da balança na oferta de cafés para o mundo todo.
? Das 47 milhões de sacas que produzimos, exportamos 30 milhões. Então sobra 17 milhões e o consumo interno hoje está em 18 a 19 milhões. Como não temos estoque, então vai faltar café. Essa situação é benéfica para o produtor porque vai a oferta será pequena e a demanda vai continuar grande ? comenta Marcelo Felipe.
Mas apesar da conjuntura favorável, o cafeicultor mineiro ainda tem grandes desafios pela frente. Segundo Marcelo Felipe, a maioria dos produtores não pode se beneficiar da alta de preços porque vendeu a produção antecipadamente para honrar dívidas contraídas nos últimos dez anos. Outra preocupação é o aumento dos custos de produção.
? Nas regiões montanhosas como o Sul de Minas e Zona da Mata, o custo de produção está reduzindo a rentabilidade do produtor, porque os cafeicultores têm dificuldade de entrar com a mecanização como foi feito no Cerrado. Embora nessas regiões montanhosas, o café seja de excelente qualidade e alcance um preço de mercado muito bom ? diz.
O coordenador da Emater acrescenta ainda que reduzir custos é essencial para que o cafeicultor possa manter a competitividade nos próximos anos.