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Apesar de bons resultados, infraestrutura limita produção de fertilizantes no Brasil

Representantes do setor se reuniram no I Congresso Brasileiro de FertilizantesRepresentantes da indústria de fertilizantes e adubo discutiram nesta terça, dia 12, os resultados, dificuldades e desafios do setor, durante o primeiro Congresso Brasileiro de Fertilizantes. O setor obteve um aumento de 30% nas vendas no primeiro semestre com relação ao mesmo período do ano passado. Assim, o consumo brasileiro fica atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos.

Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), mesmo não recuperando os bons preços registrados em 2008, o consumo aumentou. Nos últimos dois anos, US$ 1,5 bilhão foram investidos no setor.   

? Uma das principais causas é a remuneração atual do produtor rural em função da valorização das commodities agrícolas. E os fertilizantes vêm junto com esta pujança da agricultura brasileira ? afirma o diretor executivo da Anda, David Roquetti Filho.
 
O executivo da Associação lembra que o Brasil é considerado por órgãos internacionais um dos países com maior capacidade de aumentar a produção de alimentos. Até 2019, deve chegar a 40% da produção mundial, o que exigirá maior estrutura do setor de insumos. Uma das dificuldades a serem superadas, segundo especialistas, é a alta carga tributária que causa ambos os problemas.

Apesar dos bons resultados, a produção de fertilizantes no Brasil está sendo barrada por problemas de infraestrutura e frete, disse o diretor da Vale Fertilizantes, Mario Barbosa, que também é presidente da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

? Temos que ter uma solução para produzir fosfato no Brasil central e levar para outras regiões do país ? disse.

Hoje, uma das metas da Vale no setor de fertilizantes é se tornar um dos maiores produtores mundiais e, com isso, diminuir a dependência do fertilizante importado. No caso do potássio, a dependência chega a 90% e para o fósforo, a 44%.

Rio Colorado

O diretor da Vale destacou que o projeto do Rio Colorado de potássio, em Mendoza, Argentina, terá a sua produção destinada exclusivamente para atender a demanda brasileira.

O projeto em Mendoza foi liberado na semana passada pelo governo da província argentina, após ter sido paralisado diante da acusação do governo de que a mineradora brasileira não estava cumprindo exigências impostas, como a contratação de mão de obra local e de fornecedores da região. O projeto, orçado em US$ 5,5 bilhões, possui uma capacidade inicial estimada em 2,4 milhões de toneladas de potássio.

? As jazidas de potássio estão restritas. Os projetos que estamos vendo hoje são brownfield [terreno que pode estar contaminado e possui potencial para ser reutilizado] ? disse.

Sergipe

A Vale deverá investir US$ 1,5 bilhão em seu projeto de potássio no Estado de Sergipe em um período de até dois anos, afirmou o diretor da Vale Fertilizantes, Mario Barbosa. A produção inicial está sendo estimada em 1,2 milhão de toneladas anuais de cloreto de potássio.

Em abril, a Vale recebeu da Administração Estadual de Meio Ambiente do Estado de Sergipe (Adema) a licença prévia para o projeto de extração de potássio no Estado.

Segundo Barbosa, a expectativa é que a dependência de potássio importado pelo Brasil caia dos atuais 90% para 80% em 2015. Nesse ano, a Vale projeta que produzirá 3,4 milhões de toneladas. O executivo participou hoje do Congresso Brasileiro de Fertilizantes, em São Paulo.

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