Apesar dos esforços de credores como o Banco do Brasl, Nilza deverá ser vendida

Decisão judicial tem como objetivo cobrir rombo de R$ 429 milhões em passivos fiscais e dívidas trabalhistasEm assembleia realizada nesta sexta, dia 19, em Ribeirão Preto (SP), os credores com garantias reais rejeitaram as alterações no plano de recuperação judicial da Indústria de Alimentos Nilza. Porém, apesar dos esforços do Banco do Brasil e da Aga Pellets, que votaram contra as mudanças, o controle da empresa deverá ser vendido à Airex Trading. A decisão de aprovar o novo plano caberá ao juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto, Héber Mendes Batista, que deverá levar em consideração a posição dos

Os advogados da Nilza e da Airex argumentam que não houve mudança para essa classe de credores no novo plano de recuperação judicial, em relação ao homologado há um ano pelo juiz.  Pela comemoração após a assembleia, com abraços entre os vendedores e compradores, havia a certeza da aprovação.

Pela proposta, a Airex assumirá os 65% da participação acionária do empresário Adhemar de Barros Neto na Nilza. A empresa pagará a dívida trabalhista já vencida de R$ 5,185 milhões, incluída no plano de recuperação judicial da companhia e injetará R$ 9 milhões para a Nilza voltar a produzir leite longa vida em até dois meses nas unidades de Ribeirão Preto e Itamonte (MG).

O restante da dívida incluída na recuperação judicial – cerca de R$ 214 milhões – será pago em dez anos, em parcelas mensais, com carência de 15 meses, exceto os fornecedores de leite, que receberão em seis meses após dois meses do negócio concretizado. A dívida total, incluindo os R$ 200 milhões em passivos fiscais, chega a R$ 429 milhões.

Caso o negócio seja concretizado, a futura dona da Indústria de Alimentos Nilza será uma desconhecida no mercado. A Airex tem sede em Manaus (AM) e é de propriedade do advogado Sérgio Alambert, famoso por ter entre seus clientes Juan Carlos Abadia, apontado como um dos chefes do narcotráfico colombiano, preso no Brasil em 2007 e extraditado em 2008.

Após a assembleia, certo de que irá assumir a empresa, Alambert fazia planos para a companhia.

– Finalizamos o processo até terça-feira, voltamos a operar em 60 dias, assim que uma limpeza na estrutura das plantas industriais for feita para ter logo a marca Nilza de volta aos supermercados. Vamos manter os funcionários que ficaram e recontratar parte dos que foram demitidos -, completou Alambert que pretende ampliar a produção com derivados de leite com um maior valor agregado do que o loga vida.