A área de trigo deve ter uma queda de 13% no estado do Rio Grande do Sul. O clima, que trouxe quebra de produtividade no último ciclo não deve prejudicar a plantação esse ano, mas, mesmo assim, os produtores estão receosos de manter investimentos na cultura.
O produtor Antoli Mello, de Passo Fundo (RS), está com a lavoura cada vez menor. A área que já está pronta para o plantio, vai receber semente de trigo em 150 hectares. Cinco anos atrás, a área era de 230. Segundo ele, mesmo com a imprevisibilidade deste ano – já que a expectativa é de menos chuva –, a possibilidade de geada e o risco do mercado diminuir os preços são fatores que preocupam a cadeia de trigo e que diminui o interesse no aumento da produção.
O produtor já comprou parte dos insumos e, este ano, o investimento na plantação de trigo vai ser mais enxuto. Apesar dos receios dos produtores, neste ciclo o produtor tem a favor itens como a correção do preço mínimo, o dólar, a escassez de oferta do produto e o mais importante: o clima.
No ano passado, a chuva e a geada na fase reprodutiva e de enchimento de grãos, resultaram em uma safra menor e de qualidade ruim. Este ano, a tendência é de clima favorável, por isso, a produtividade deve ser maior.
O agrônomo Claudio Doro afirma que no último trimestre existe a previsão do fenômeno La Niña, que se caracteriza por chuvas abaixo da média. “Como o trigo entra no período crítico no último trimestre seria altamente favorável termosuma boa produtividade e também qualidade do produto colhido”, ressalta.
Apesar da diminuição da área plantada, o volume colhido deve ser maior. Doro afirma que a colheita pode chegar a dois milhões de toneladas. Aproximadamente 300 mil toneladas a mais do que o ano passado. “Se nós combinarmos um clima favorável como está sendo prometido, com a tecnologia que os agricultores vão adotar que aqui vai ser muito boa, com certeza nós vamos obter uma safra cheia e uma produtividade boa, consequentemente, de boa qualidade, que é a exigência principal dos moinhos”, completa.